Programa de Observadores dos Jogos da Juventude amplia atuação e se insere na construção de Nação Esportiva
Objetivo é criar um plano para desenvolver os atletas a fim de torná-los medalhistas olímpicos

Washington Alves/COB
O Programa de Observadores Técnicos, desenvolvido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), sofreu algumas mudanças. Nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, os profissionais – indicados pelas Confederações – estão totalmente alinhados dentro de um planejamento traçado em conjunto com o COB. O objetivo agora não é somente observar um possível grande talento para a modalidade, para só depois ver o que acontece. Mas, sim, já criar um plano para desenvolver este jovem a fim de torná-lo um medalhista olímpico.
“Os Jogos da Juventude serão usados, agora, como uma plataforma de desenvolvimento de atletas de alto rendimento, que a gente já detecta e passa a prepará-lo para competições como Jogos Olímpicos e Pan-Americanos. As confederações estão muito mais próximas do evento e os observadores não atuam mais de forma isolada, ao contrário, há uma troca de experiências entre observadores, treinadores e oficiais até entre as modalidades. Tudo é parte da integração entre COB, Confederações e Federações estaduais, para mapear e aproveitar talentos para a formação de uma Nação Esportiva, a nossa meta”, explica Sebastian Pereira, gerente executivo de Educação, Fomento e Infraestrutura do COB e responsável pelo Programa de Observadores.
No total, são 26 observadores nos Jogos. O judô participa do programa com três profissionais, dentre eles Maria Portela, que atleta olímpica nos Jogos Londres 2012 e Rio 2016, atualmente treinadora da base na modalidade.
“Os Jogos da Juventude representam uma oportunidade única, pois reúnem atletas de quase todos os estados, o que nem sempre ocorre em outras competições. Essa diversidade nos permite identificar talentos que, por vezes, não estão em nosso radar, possibilitando o acompanhamento e o desenvolvimento de atletas promissores”, destaca Portela, que dá detalhes da sua atuação no evento. “Realizamos uma análise das lutas, avaliando aspectos técnicos, como os golpes mais frequentes, e identificando atletas de destaque. Analisamos a pontuação e elaboramos um mapeamento detalhado, já que trabalho especificamente com a equipe cadete feminina, que é a primeira etapa de seleção para a equipe brasileira, abrangendo atletas de até 18 anos. A minha presença nos Jogos da Juventude visa, portanto, identificar e avaliar potenciais talentos para integrar a nossa seleção de judô”, acrescenta.
No taekwondo, modalidade que vem conquistando seu espaço cada vez mais no esporte olímpico brasileiro – nos últimos Jogos Olímpicos de Paris tivemos o bronze de Edival Pontes, o Netinho –, o observador Fábio Lourenço é mais um a destacar o programa dentro deste grande evento multiesportivo.
“Observamos, relatamos e, aí então, selecionamos alguns atletas para os treinamentos, tudo com base na coleta de informações que repassamos à Confederação. Além de atletas que se destacarem no evento, também selecionamos outros que, mesmo que não tenham chegado às finais, levamos em consideração biotipo, altura, qualidades técnicas e a idade”, conta Fábio, que faz questão de ressaltar a importância dos Jogos da Juventude.
“Aqui, muitos têm a grande chance de mostrar seu talento, pois é uma competição com a participação de todos os estados, o que não ocorre num campeonato nacional exclusivo da modalidade Atualmente, os Jogos da Juventude são uma referência para o taekwondo brasileiro, proporcionando um desenvolvimento contínuo para muitos atletas. É um trabalho para mim é extremamente gratificante”.