Victor Gabriel Silva, do Pará, encontra motivação no handebol, vence depressão e agradece: “não penso mais em coisas ruins”
Competindo nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, paraense de 16 anos foi diagnosticado aos 10; atleta supera desafios pessoais e sonha com carreira na modalidade

Victor Gabriel Silva, atleta do Pará de 16 anos, encontrou no handebol muito mais do que uma modalidade esportiva. Diagnosticado com depressão aos 10 anos, ele encontrou no esporte um grande aliado para a saúde mental. O jovem, que participa pela terceira vez dos Jogos da Juventude CAIXA, credita ao esporte a ajuda em enfrentar os momentos mais difíceis de sua vida e sonha em seguir a carreira profissional.
“Dentro de casa nós passamos por muitas dificuldades e, desde muito novo, eu já tinha depressão. No colégio, eu estava estudando quando o técnico me viu jogando na educação física e me chamou para treinar”, relembra Victor Gabriel. “Sou muito grato por ele ter me mostrado o handebol. Fui, treinei e tomei gosto. Encontrei a motivação e minha cabeça melhorou muito. Hoje eu estou bem, graças a Deus.”
A técnica Simone Silva destaca a determinação do atleta: “O ‘Victinho’ é um atleta que me surpreende. Ele tem muita coragem, é determinado e coloca os treinos como prioridade. É disciplinado e passa por cima das adversidades sempre com um sorriso no rosto”.
Nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, o entusiasmo do jovem é evidente. “É muito gratificante estar aqui. Quando cheguei, meus olhos brilharam. Tem olheiros e isso é um peso, mas me motiva a querer jogar ainda melhor”, conta.
Victor Gabriel começou no handebol em 2019, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Fernando Pessoa, em Parauapebas, município do Pará. O técnico Gentil Eduardo viu o atleta jogando na educação física e o convidou para jogar handebol através de um projeto social que busca atletas de 10 a 18 anos. “A gente procura absorver jovens interessados no handebol e faz um trabalho extra-escola. A escola faz uma parceria e a gente procura direcionar esses jovens para o esporte para agregar valores morais e sociais, foi o caso do Victor Gabriel”, conta Gentil Eduardo.
Alguns dias foram o suficiente para transformar o interesse de Victor Gabriel em um sonho: “Comecei a jogar com 11 anos. Na segunda semana eu já quis me tornar jogador, e é isso que eu quero para o meu futuro”, conta. Desde então, o jovem concilia treinos com uma rotina intensa de trabalho e estudos: “é difícil treinar porque eu estudo de noite e trabalho de dia, mas o handebol me ajudou a passar pelos momentos mais difíceis, hoje eu não penso mais em coisas ruins e é o que eu mais amo fazer”, completa.