Erica de Sena termina em 4º lugar nos 20km marcha atlética no Mundial Doha 2019
A brasileira chegou perto do pódio em prova dominada pelas chinesas que imprimiram um ritmo alucinante nas voltas finais no circuito de Doha, Catar, montado na região turística de Corniche

A pernambucana Erica Rocha de Sena teve uma boa performance na disputa da
marcha atlética 20km no Mundial de Doha, Catar, correndo sempre no pelotão
dianteiro, mas enfrentou a equipe da China e ficou em quarto lugar, bem perto
da medalha de bronze, com 1:33:36. A prova, que começou a um minuto para a meia
noite local, foi realizada num circuito montado em Corniche, região turística
de Doha, à beira mar no golfo pérsico, com temperatura de 32 graus (sensação de
37) e umidade de 75.2. A brasileira Viviane Lyra (FECAM) foi desqualificada, após
advertências da arbitragem.
O pódio teve as chinesas Hong Liu (1:32:53) com o ouro,
Shemjiie Qieyang (1:33.10) com a prata e Liujing Yang (1:33:17) com o bronze. “Faltou um pouquinho para eu ganhar uma medalha para o Brasil”, disse a
brasileira, que ficou a 29 segundos do bronze. “É a segunda vez que isso
acontece. E estou fazendo tudo o que tenho de fazer”, disse Erica, que também
foi quarta colocada no Mundial de Londres, em 2017.
Erica (Orcampi), que treina com o marido e técnico Andrés
Chocho, em Cuenca, no Equador, comentou que a prova foi diferente do que
imaginou. Começou muito lenta, mas as chinesas aceleraram muito, “do nada”. “Muito lenta no início - na verdade, estava todo mundo muito
assustado com o clima, depois dos 50 km da véspera. Mas a partir da metade
eu me desesperei porque sabia que elas iriam acelerar muito”, observou. “Tentei
acelerar para manter o ritmo. Não dá para ir para a frente sozinha nessas
provas e, no fim, tive de fazer a estratégia delas (chinesas) também.”
Erica passou em 4º no km 5, em 7º no km 10 e em 4º no km 15,
colada nas chinesas. Mas nas últimas voltas Hong Liu disparou e abriu vantagem
e as outras duas atletas da China mantiveram suas posições. “Eu estava muito
bem nos primeiros 12, 13 km, mas começou a apertar muito e a perna já não
respondia, começou a pesar, tentei continuar brigando, brigando... O tempo
daqui realmente foi o fator preponderante para tornar essa prova diferente.”