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Hugo Calderano conquista prata inédita e faz história no Mundial de tênis de mesa 

Brasileiro caiu para chinês na final, mas tornou-se o primeiro não asiático e não europeu a disputar uma final de mundial da modalidade 

Por Comitê Olímpico do Brasil

25 de mai, 2025 às 11:08 | 3 de leitura

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Hugo Calderano é vice-campeão mundial de tênis de mesa, em Doha. Foto: Divulgação/WTT

O mesatenista brasileiro Hugo Calderano conquistou, neste domingo, 25, uma medalha de prata inédita para o Brasil no Campeonato Mundial de Tênis de Mesa, disputado em Doha, Catar, e entrou para a história como o primeiro atleta de fora da Ásia ou da Europa a chegar a uma final de mundial. O título ficou com Wang Chuqing, da China, que manteve a hegemonia de 22 anos no torneio. 

 

“Foi uma semana incrível. Eu estava vindo de um título da Copa do Mundo, jogando muito bem. Sabia que seria um grande desafio manter essa forma aqui nesse mundial, porque o nível do mundo do tênis de mesa é muito alto e muitos jogadores de altíssimo nível. Mas, estou muito orgulhoso de conseguir mais uma vez jogar nesse nível. Eu espero continuar evoluindo cada vez mais e aproveitar para agradecer todo mundo que acompanhou, que me apoiou, que mandou mensagem, que mandou força. Muito obrigado de coração a todos vocês e a gente segue em frente”, avaliou Calderano, em entrevista à Caze TV, após a final. 

 

O adversário pelo título, o chinês Wang Chuqing, chegou ao Mundial como número dois do mundo e já foi reconhecido por Calderano como o melhor jogador da atualidade. O confronto seria duro, mas o brasileiro sabia que o chinês não era imbatível.

 

Eles haviam se enfrentado seis vezes em competições internacionais desde 2016, com quatro vitórias para o chinês. Mas, no duelo mais recente, Hugo havia batido Chuqing na semifinal da Copa do Mundo, de Macau, vencida pelo brasileiro com direito a duas vitórias sobre chineses.

 

Na final do Mundial de Doha, o chinês começou bem e abriu dois sets de vantagem sobre Calderano (parciais de 12/10 e 11/3). 

 

Mas, o brasileiro não se rendeu. Buscou a reação e venceu o terceiro set por 11 a 4 pontos. O quarto set, no entanto, foi do chinês, que abriu 3 sets a 1 contra Calderano. Ele manteve o alto nível e fechou a partida no quinto set por 11 a 7, conquistando o título mundial pela primeira vez e deixando a prata para o brasileiro.

 

Na saída do jogo, Calderano revelou que sentiu o desgaste físico depois do duelo duríssimo na semifinal contra o também chinês Liang Jingkun (4-3), disputado no dia anterior à final, e reconheceu o mérito do adversário na decisão. 

 

“Claramente eu não consegui propor o meu melhor hoje. Com certeza faltou perna, faltou físico. Acho que o jogo de ontem me esgotou, estava vazio, estava tentando o tempo inteiro voltar. O primeiro set poderia ter sido um pouco diferente, mas de qualquer jeito o jogo seria muito longo. Acho que eu não estava com condições hoje de ganhar. Tinha um cara desse nível, ele jogou num nível altíssimo do início ao fim. Acho que tem muito a ver com o meu estilo de jogo também, é muito exigente. Eu sou muito agressivo, preciso muito do meu corpo, da minha parte física. E para eles em geral, os chineses, eles são tipo máquinas, conseguem jogar nesse nível quase que dormindo. Então é muito esforço mental e físico e hoje eu não tinha o que eu precisava”, avaliou o brasileiro em entrevista à Caze TV. 

 

O caminho rumo à final 

 

A caminhada de Hugo Calderano no Campeonato Mundial de Doha começou com vitória sobre o mexicano Rogelio Castro (4 sets a 1). Na sequência, o brasileiro passou por Wassim Essid, da Tunísia, por 4 sets a 0; e venceu Kirill Gerassimenko, do Cazaquistão, de virada, por 4 sets a 2.

 

Nas oitavas-de-final, Calderano venceu o nigeriano Quadri Aruna, por 4 sets a 0 e avançou às quartas, onde superou o sul-coreano Jaehyun AN, por 4 sets a 1. 

 

A classificação à semifinal foi histórica, já que garantiu, ao menos, a medalha de bronze para o brasileiro, feito inédito para o tênis de mesa sul-americano. Mas, Hugo queria e podia mais. 

 

Na penúltima partida do Mundial, enfrentou o chinês Liang Jingkun, número 5 do mundo, em duelo definido em 7 sets com o brasileiro levando a melhor com vitória por 4 sets a 3. O jogo foi marcado por viradas e ralys espetaculares, exigindo muito controle mental e entrega física do brasileiro, que chegou a ter sete match points e fechou o jogo com um 11 a 9 dramático no sétimo set.  

 

A classificação de um brasileiro à final já era histórica e fez o mundo se render ao talento de Hugo Calderano, que superou a frustração de chegar muito perto da medalha olímpica em Paris e agora, com o vice mundial, quer continuar lutando para seguir fazendo história. 

 

“Eu tenho uma força de superar as dificuldades. Passei por muitos momentos difíceis na minha carreira e na minha vida em geral. Mas, acho que sempre tive muita maturidade e sabedoria para lidar bem com todos esses momentos e sempre soube como dar a volta por cima e voltar cada vez mais forte”, concluiu o primeiro medalhista mundial do tênis de mesa brasileiro, Hugo Calderano. 

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