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Com remo quebrado, Brasil conquista bronze heróico no Quatro Sem no Pan de Assunção

Andrei Alves, Diogo Gonçalves, Kayki Siqueira e Miguel Marques chegaram na terceira colocação mesmo depois de um problema na forqueta, peça de suporte do remo de Miguel

Por Comitê Olímpico do Brasil

11 de ago, 2025 às 21:22 | 4min de leitura

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Créditos: Marina Ziehe/ COB

Um remo a menos não foi capaz de impedir os atletas brasileiros de subirem ao pódio. Em uma verdadeira demonstração de superação e espírito olímpico, os remadores verde-amarelos garantiram a medalha de bronze no Quatro Sem Masculino nos Jogos Pan-americanos Júnior Assunção 2025. A equipe formada por Andrei Alves, Diogo Gonçalves, Kayki Siqueira e Miguel Marques completou a final desta segunda-feira (11), na Baía de Assunção, e chegou na terceira colocação mesmo depois de um problema na forqueta, peça de suporte do remo de Miguel.

Apesar da desvantagem técnica, os brasileiros resistiram e cruzaram a linha de chegada com 6min32s41 na frente de Cuba, que terminou em quarto lugar com 6min33s86. O ouro ficou com o Chile, que marcou 6min19s29, e a prata foi para a Argentina, com 6min22s91. Para Miguel, o sabor da medalha foi dourado, já que a equipe superou seu próprio desempenho na prova.

“Acaba que ficou com um gostinho de ouro, né”, disse o atleta.

Desde a largada, Brasil e Chile assumiram a dianteira, enquanto a Argentina se aproximou logo depois. O quarteto brasileiro vinha reagindo quando, a aproximadamente 300 metros do fim, a forqueta se soltou. Com isso, a equipe passou a remar com apenas três atletas.

"Na hora da levantada, o meu parceiro de barco começou a chamar, e eu dei três remadas. A primeira passou no espelho d'água, a outra eu tentei encaixar mais forte, e na terceira remada, quando eu encaixei vindo para trás, o remo seguiu em diante, foi para frente saindo do barco", explicou.

Miguel, que remava na proa do barco, resolveu então assumir a função improvisada de timoneiro. “Eu fiquei meio sem reação na hora, mas como era o sprint final, eu olhei pro lado e a gente estava na frente ainda. Então eu fiquei na posição de segurança e comecei a chamar meus companheiros de equipe para irem até o final. Esse é o espírito brasileiro que nunca desiste e busca sempre trazer o melhor para o nosso país", contou.

Esse “sprint final” fazia parte da estratégia traçada pela equipe para conseguir ultrapassar o Chile no fim da prova. “Isso estava ocorrendo muito bem, mas no momento em que eles foram atacar foi quando aconteceu o incidente. Parece que um parafuso quebrou ou soltou, a gente ainda não sabe, mas ele (Miguel) ficou sentado, fazendo o papel de timoneiro, quem dirige o barco, incentivando os colegas. Mesmo com três remadores, eles remaram uns 300 metros e conseguiram manter a terceira posição para ganhar medalha, isso nunca aconteceu”, explicou Werner Hoher, chefe de equipe do remo.

Hoher acredita que esse é o maior exemplo de espírito de equipe. “Eles poderiam muito bem ter parado de remar, mas eles continuaram com muita garra, mostrando que o nosso grupo está muito unido e muito forte. O espírito de equipe, a cooperação entre eles, foi o diferencial para completarem a prova”, continuou. “Além das medalhas, isso é uma atitude esportiva de muito valor, que vai agregar muito para o nosso grupo, para a gente seguir lutando até o fim da competição e trazer mais medalhas ainda para o nosso Brasil”.

Após a competição, a equipe recebeu uma série de homenagens pela atitude de superação durante a competição. O presidente da Confederação Sul-americana de remo, Juan Carlos Balbi, afirmou que medalha de ouro nenhuma vale a atitude deles. E a Panam, responsável pela organização dos Jogos, realizará uma homenagem aos atletas por atitude esportiva.

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