5 Perguntas para Marcus D’Almeida
Prestes a competir no Rio de Janeiro, arqueiro comenta bons resultados no início do ciclo olímpico

Wander Roberto/COB
O arqueiro Marcus D’Almeida, maior nome do tiro com arco do Brasil, manteve ao longo de 2025 a consistência das últimas temporadas e deu um importante recado aos seus competidores: continua forte, concentrado e em alto nível. Recentemente, foi medalha de prata no Campeonato Mundial em setembro, em Gwangju, na República da Coreia – na ocasião Marcus derrotou ao longo da campanha o sul-coreano Kim Woojin, seu algoz nas Olimpíadas de Paris 2024. Em outubro, outra prata. Desta vez no Finals da Copa do Mundo, realizado em Nanjing, na China.
Mas o bom desempenho nas competições já vinha de antes. Marcus foi medalha de ouro na etapa de Antália, na Turquia, da Copa do Mundo – justamente o resultado que o levou ao Finals. O desempenho ao longo do ano resultou na liderança do ranking alcançada em outubro.
Prestes a participar da etapa 250 da Indoor World Series que será realizada no Rio de Janeiro entre 12 e 14 de dezembro (com transmissão ao vivo das finais no dia 14, no canal da Time Brasil TV no YouTube) Marcus conta um pouco da expectativa competir perto de casa (ele treina em Maricá/RJ), o desempenho ao longo do ano e, claro, a expectativa para Los Angeles 2028.
O primeiro ano de ciclo normalmente é de descanso, realinhamento. Mas você já apresentou resultados muito bons. Que balanço você faz do começo do ciclo para Los Angeles 2028?
Concordo que para muita gente este primeiro ano é uma parte do ciclo de descanso, mas na minha modalidade é ano de Mundial. Então eu acho que faz muito sentido me esforçar nesse ano de 2025 por conta disso. Ano que vem já não tem Mundial. Então essa foi a minha ideia: uma preparação para ir bem no Mundial e que bom que conquistei a medalha de prata. Talvez agora sim eu tenha um ano mais leve. Não digo no sentido de não treinar tanto, mas de ter um ano mais tranquilo para analisar algumas partes técnicas, poder trabalhar com mais calma. Inclusive na parte da preparação física, coisa que quando você está competindo muito, não consegue. É assim que eu quero trabalhar em 2026, já que em 2025 eu consegui alcançar muitos objetivos que eu tinha.
Na Copa do Mundo estavam os melhores arqueiros do mundo. Você imagina que esses serão os principais nomes para Los Angeles? Ou alguma surpresa pode acontecer?
Acredito que sim. É um esporte que você consegue praticar até uma idade mais avançada. Então, todo mundo que está no início do ciclo, eu vejo que tem potencial para estar em Los Angeles. Muito provavelmente esses nomes vão se repetir lá. É um esporte em que a gente combate muito contra as mesmas pessoas ali no alto rendimento. Eu mesmo sou um desses, já estou há 13 anos no circuito mundial e tem outros aí que já estão indo para 20 anos. É uma modalidade em que você consegue se manter muito no alto rendimento.
Agora em dezembro você vai ter a chance de competir no Rio. Conta um pouco desta experiência de um torneio tão perto de casa. Qual a sua expectativa?
É interessante. É um evento 250, mais ou menos como se fosse como os de tênis, que tem o 250, 500 e o 1000. Para o meu ranking não muda, mas para muitos atletas do Brasil, pode fazer diferença, pode ajudar a subir e começar uma caminhada para o topo. Então é importante a gente sediar um evento assim porque muita gente pode fazer resultado. E ser em casa traz a expectativa de ter a família, ter os amigos, ter a torcida. A galera que curte o tiro com o arco pode ir lá e a gente fazer um show.
Depois deste torneio você para no fim de ano? Ou a temporada segue?
A temporada não para. Eu já tirei minhas férias, então depois desse evento eu continuo porque na terceira semana de janeiro, já tem a etapa 1000 do indoor na França. Já vou estar com a preparação lá em cima, já focado, já no período competitivo. Então no fim do ano continuo treinando, às vezes num lugar ou no outro, mas eu continuo treinando.
E qual é o plano para o resto do ciclo até 2028?
Os grandes objetivos são o Mundial de 2027, que dá vaga para os Jogos Olímpicos; e os Jogos Pan-americanos de Lima, que ainda não tem esse ouro - eu só tenho do campeonato pan-americano. E ir para os Jogos Olímpicos e conquistar essa medalha sonhada. São esses três grandes objetivos que eu tenho para o resto do ciclo.












