Atleta militar, árbitra Fifa e veterano com 48 anos de participação: os bastidores dos Jogos Escolares

O passado, o presente e o futuro do esporte brasileiro se encontraram na etapa Regional Amarela dos Jogos Escolares da Juventude, entre os dias 2 e 6 de setembro, em Cascavel (PR). Alguns dos melhores atletas de 12 a 17 anos do país competiram sob os olhares atentos de diversos profissionais: árbitros internacionais, militar com passagem olímpica e até treinador que participa da maior competição escolar do país desde 1971, são alguns dos personagens que se encontraram na cidade paranaense.

As delegações começaram a desembarcar no dia 2, e oito hotéis hospedaram os mais de mil participantes, que somaram juntos mais de cinco mil diárias e dez mil refeições, somente nos hotéis credenciados. Foram 726 atletas, cem árbitros, 50 voluntários civis e 65 militares, que trabalharam sob o comando do tenente Douglas Domingos de Almeida, de 51 anos, um veterano do Exército brasileiro que foi atleta de salto em distância e esteve na competição pela primeira vez em 1985.

“Coordenei a área de transporte dos Jogos Escolares, que envolveu 64 militares, sendo 16 por dia. Foi um trabalho intenso, mas que concluímos com êxito. É uma honra ver o esforço da garotada e saber que ajudamos um pouco cada um deles”.

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Árbitra Fifa e policial civil, Katiucia Meneguzzi apitou os principais jogos dos torneios masculino e feminino de futsal. Natural de Cascavel, Kathu, como é conhecida, iniciou a carreira em 1998. “No começo sofri muito preconceito, porque muitos não queriam respeitar as decisões de uma mulher. Mas fui conquistando o meu espaço aos poucos, com muito trabalho”, disse a árbitra, 40 anos, que entrou para o seleto quadro de árbitros Fifa em 2007.

Mas Kathu não foi a única árbitra internacional a ter participado desta edição dos Jogos Escolares. No handebol, Ésilo de Mello, 51, já havia atuado nos Jogos Olímpicos Rio 2016, em cinco Campeonatos Mundiais e, mais recentemente, nos Jogos Pan-americanos Lima 2019. Jefferson Oliveira, por sua vez, é outro que arbitrou nos Jogos Rio 2016, também no handebol.

Entre os técnicos, o campeão olímpico Jorge Édson, ouro em Barcelona 1992 no vôlei, voltou a comandar a equipe feminina do Colégio Expoente (PR). Mas ninguém tem mais experiência na competição do que Geraldo Corgozinho, técnico da Escola Estadual Joaquim Correa, de Juatuba (MG), campeã do torneio de vôlei masculino para atletas de 15 a 17 anos. “Participei dos Jogos Escolares pela primeira vez em 1971 como árbitro. Ainda na década de 1970, iniciei a carreira de técnico e posso dizer que é sempre uma grande emoção estar aqui”.

Ao fim da etapa de Cascavel, na última sexta-feira, 6, várias homenagens foram prestadas aos profissionais que dão todo o suporte para a garotada mostrar o seu potencial em quadra. André Mattos, diretor geral dos Jogos Escolares, e Kenji Saito, gerente executivo de desenvolvimento esportivo do COB), fizeram questão de presentear alguns dos principais mentores da competição.

Já o prefeito de Cascavel, Leonardo Paranhos, o diretor técnico de esportes do Instituto Paranaense de Esporte, Cristiano Barros, o presidente da Fundação de Esporte e Cultura de Cascavel, Leonardo Mion, e o diretor de promoção de esporte e lazer de Cascavel, Daniel “Chimia” Scalco, receberam seus troféus de participação.

No mesmo dia, centenas de professores da cidade paranaense receberam um certificado de participação do programa Transforma, que leva a temática olímpica ao ambiente escolar, com ênfase nos Valores Olímpicos, e proporciona o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), com patrocínio da Coca-Cola, parceria da Ajinomoto e do Grupo Globo, e apoio do Governo Municipal de Cascavel e do Governo Estadual do Paraná.

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