Quimono e dobradinha de ouro: o retorno dourado de Bia Souza às competições
Campeã olímpica em Paris 2024, judoca conquistou dois ouros no Pan de Judô, em Santiago, e estreou novo backnumber dourado que usará no ciclo até Los Angeles

Beatriz Souza no Pan de Judô, em Santiago. Foto: Beatriz Riscado/CBJ
Depois de um período de descanso e de muitos compromissos fora dos tatames após os Jogos Olímpicos de Paris, a campeã olímpica Beatriz Souza competiu no último final de semana no Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô, em Santiago (CHI), conquistando mais duas medalhas de ouro continentais. Venceu a disputa individual na sua categoria (+78kg) e ajudou a equipe brasileira a conquistar o ouro por equipes mistas. Foi seu sexto título continental na classe sênior (o quinto consecutivo).
"Eu estava com muita saudade de competir. Um novo desafio se inicia, oficialmente o ciclo de Los Angeles começa e a gente já começou com o pé direito", disse Bia.
Uma novidade no quimono da brasileira chamou a atenção. Com o ouro olímpico, Bia ostentará até Los Angeles uma honraria exclusiva dos campeões olímpicos, o backnumber dourado. Sarah Menezes e Rafaela Silva eram as únicas brasileiras a portarem o nome dourado nas costas em função dos seus ouros em Londres 2012 e Rio 2016, respectivamente.
“É sempre bom voltar aos tatames internacionais, ainda mais representando o meu país, representando o meu clube e ainda com o lindo backnumber dourado nas costas”, conta.
Anunciada nos eventos como campeã olímpica e carregando o dourado no uniforme, Bia garantiu que as tradições pré-competições continuam as mesmas. "Meu ritual se manteve. Antes de entrar no tatame, assisti minha sériezinha, joguei meu joguinho e tudo se manteve normal", relembrou.

Mas, sendo a referência da categoria e, agora, a atleta a ser batida em todos as competições, a brasileira projeta ajustar detalhes no seu judô e testar novas técnicas para continuar conquistando bons resultados para o Time Brasil.
"A gente sempre trabalha em busca da evolução o tempo todo. Então, além de ajustar os detalhes, a gente quer criar alguns movimentos diferentes, alguns golpes diferentes, nem que seja uma pegada a mais, para poder surpreender as adversárias o tempo todo", explicou. "A competitividade se manteve, então as meninas continuaram vindo forte. Eu sou uma das adversárias delas a serem batidas, então preciso focar, me concentrar cada vez mais na luta, continuar ajustando os detalhes nos treinos. Os ajustes são fundamentais para poder chegar de uma maneira diferente e cada vez mais forte nas competições."
Na campanha no Chile, a Seleção Brasileira de Judô faturou nove ouros, três pratas e quatro bronzes na competição. Resultados que deram ao país o título de campeão geral, além da melhor campanha da história do Brasil em Campeonatos Pan-Americanos de judô.
O próximo compromisso da equipe será o Grand Slam de Astana, no Cazaquistão, com a presença de Bia Souza entre os convocados e transmissão ao vivo pelo Canal Olímpico do Brasil, no Youtube, nos dias 09, 10 e 11 de maio.