Paulo Wanderley recebe visita de Roberto Gesta, dono do maior acervo olímpico particular do mundo

Uma
verdadeira aula de história do esporte olímpico. Assim pode ser definido
qualquer bate-papo com Roberto Gesta de Melo, ex-presidente da CBAt e dono da
maior coleção particular de objetos relacionados ao esporte olímpico do mundo. O
advogado possui um acervo de quase 70 mil peças, dividas entre o Museu do
Esporte Olímpico, na Arena Amazonas, e a Galeria Olímpica, em um espaço em sua
casa também em Manaus. Ele realizou uma visita ao Comitê Olímpico do Brasil
nesta terça-feira, 30 de novembro, e conversou com o presidente Paulo Wanderley
Teixeira.
“Eu, como um amante da leitura, usufrui muito do conhecimento que foi produzido
a partir de pesquisas dos objetos e coleções que o Roberto Gesta amistosamente
compartilha com todos do Movimento Olímpico. Acho que temos muitos interesses
em comum e é sempre bom receber uma visita de um amante do esporte e gestor
esportivo do quilate do Gesta”, disse o Presidente Paulo Wanderley.
Gesta é colecionador há cerca de 50 anos. No período, adquiriu objetos
significativos que ajudam a contar a história do esporte mundial, que vão desde
a Antiguidade, passam pela Idade Média, Renascimento, Tempos Modernos e chegada
à Era Contemporânea. Ele fala com orgulho das peças de seu acervo.
“Temos um artefato em pedra, do Antigo Império Egípcio, de mais de quatro mil
anos. Há, na coleção, moedas e ânforas – etruscas, gregas e romanas – de cerca
de quinhentos anos a.C.; moedas e esculturas da Idade Média. No que diz
respeito a Jogos Olímpicos modernos, a coleção é constituída pelo setor
filatélico, o numismático e a memorabilia: medalhas de premiação e de
participação, insígnias, pôsteres, relatórios oficiais e de candidaturas,
programas, boletins, ingressos, identificações, mascotes, tochas, diplomas,
pins até 1948, Jogos não realizados (1916, 1940 e 1944), fotografias,
documentos”, disse Gesta.
Mas um dos maiores orgulhos são peças de três dos maiores ídolos do atletismo
nacional: José Telles da Conceição, dono da primeira medalha do atletismo brasileiro,
o bronze no salto em altura em Helsinque 1952; João do Paulo, bronze nos Jogos
Montreal 1976 e Moscou 1980; e do maior atleta olímpico do Brasil, Adhemar
Ferreira da Silva.
“Temos as duas medalhas de ouro do Adhemar, as roupas que ele usou nos Jogos
Olímpicos, os diplomas. O José Telles da Conceição, que ganhou a medalha três
dias antes do Adhemar, era o meu ídolo e acabamos nos tornando amigos. Ele é
símbolo do atletismo pra mim. Do João Carlos de Oliveira, temos as duas
medalhas olímpicas, a medalha dos Jogos Pan-americanos que foi recorde mundial,
dentre muitas outras relíquias do atletismo”, completou.