Logo
COB

5 perguntas para Gabriel Karnas e Gustavo Haidar, chefes de equipe do Time Brasil em Milão-Cortina 2026

Com os desafios logísticos que os Jogos de Inverno impõem, COB apontou chefias diferentes para esportes de gelo e neve.

Por Comitê Olímpico do Brasil

6 de dez, 2025 às 07:00 | 5 minutos de leitura

Compartilhe via:

Helena Petry/COB

Falta muito pouco. Estamos a dois meses do início dos Jogos Olímpico de Inverno Milão-Cortina 2026 e os preparativos se aceleram. Na Itália, a logística será um ponto sensível: com as instalações esportivas espalhadas por um raio de centenas de quilômetros, estar atento às necessidades dos competidores será chave para um bom desempenho.

Para isso, a Missão do Time Brasil contará com dois chefes de equipe: Gustavo Haidar cuidará dos desportos de neve e Gabriel Karnas será o responsável pelos desportos de gelo. Abaixo, ambos respondem a cinco perguntas sobre esta reta final até a competição, cuidado com atletas e o bom momento por que passa o esporte de inverno no Brasil.

Como você avalia o momento dos desportos de inverno brasileiro?

Gabriel Karnas - Vivemos um momento muito especial, marcado por crescimento e resultados expressivos. As modalidades têm se expandido — atingimos o maior número de atletas filiados já registrado na Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, impulsionados pelo trabalho desenvolvido com o hóquei no gelo, a patinação artística e o curling no Centro de Treinamento Arena Ice Brasil. Paralelamente, temos alcançado resultados inéditos, como o melhor desempenho do Brasil em modalidades de inverno — o 4º lugar no Campeonato Mundial de 2025 — e a primeira medalha em Copas do Mundo, ambos no skeleton feminino. Também podemos destacar o 13º lugar no Mundial de bobsled e os resultados entre os 15 melhores nos campeonatos mundiais juniores de patinação de velocidade e short track.
Gustavo Haidar - Estamos com toda certeza no melhor momento da história dos esportes brasileiros de neve. Conquistamos pela primeira vez em novembro a primeira colocação em uma Copa do Mundo de esqui alpino, gerando grande expectativa para os Jogos. Além do esqui alpino, temos grande possibilidade de quebrar o recorde em número de atletas representando o Brasil e em número de provas disputadas, o que demonstra que o cenário atual é extremamente animador e com grandes perspectivas para ciclos futuros.

Nesta reta final, como estão os preparativos para Milão-Cortina?

Gabriel Karnas - Os preparativos estão bastante intensos. Ainda temos modalidades em fase de competições classificatórias, que se estendem até 18 de janeiro, e, paralelamente, estamos conduzindo toda a operação logística em conjunto com o COB e com o Comitê Organizador.
Gustavo Haidar - Preparativos a mil, estamos no final do processo de qualificação, então todos os principais atletas estão competindo em busca de melhores resultados para confirmarem as vagas. Há um trabalho intenso de planejamento e acompanhamento deles, assim como de toda logística dos Jogos Olímpicos em si. O processo qualificatório se encerra no dia 18 de janeiro, menos de um mês para os Jogos, então tudo tem que estar preparado. Temos o Lucas Pinheiro, atleta de esqui alpino, por exemplo, que tem várias etapas de Copa do Mundo em dezembro e janeiro, o que demanda um acompanhamento bem próximo. Já no snowboard halfpipe, os atletas estão competindo na China nesse momento. Depois há competições nos EUA e Europa. A Confederação Brasileira de Desportos na Neve está presente sempre que possível. Entendemos que nesse momento cada detalhe é importante e pode fazer a diferença.

Esta edição dos Jogos Olímpicos será descentralizada e bastante espalhada. Quais são os desafios logísticos?

Gabriel Karnas - O deslocamento é o principal desafio. Com bases distantes entre si e uma região predominantemente montanhosa, a mobilidade se torna um ponto crítico. Além disso, o transporte dos trenós de bobsled também demanda uma logística particularmente complexa.
Gustavo Haidar - A CBDN pode chegar a ter atletas em cinco instalações/cidades diferentes, o que implica o desafio de estar presente e conectado com todos eles dando o suporte necessário. As cidades são pequenas, então o trânsito de veículos vai ser intenso e bem controlado, o que faz com que sejam necessários ajustes finos com os diferentes equipes e treinadores. Graças à área de Jogos Internacionais do COB, estamos trabalhando num planejamento logístico para dar o melhor suporte para cada um dos atletas que estarão presentes.

Qual é a maior dificuldade em modalidades que dependem de tanto equipamento específico?

Gabriel Karnas - A principal dificuldade é manter os equipamentos e materiais constantemente atualizados. A evolução tecnológica é contínua e requer investimentos significativos. Nesta temporada, contamos com um apoio muito importante do COB, que possibilitou a aquisição de trenós de bobsled, colocando a equipe em condições competitivas equivalentes às das principais nações da modalidade.
Gustavo Haidar - A dificuldade é acesso a esses equipamentos. Muitos, como esquis, são controlados com altíssima tecnologia. Por meio de parcerias e conexões, conseguimos propiciar aos atletas tenham este acesso para que consigam entrar no mesmo nível ou até acima dos outros competidores.

Que cuidados se deve ter com os atletas daqui até os Jogos?

Gustavo Haidar - Um mapeamento constante e oferecer todo o suporte multidisciplinar possível, como fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros. Fazemos questão de oferecer, em parceria com o COB, o necessário para que os atletas possam competir durante a temporada e chegarem preparados para o grande evento do ciclo.
Gabriel Karnas - O cuidado primordial é manter os atletas saudáveis, tanto física quanto mentalmente. A temporada olímpica impõe uma pressão adicional e costuma ser especialmente desgastante, o que exige atenção redobrada em todos os aspectos.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS