Darlan Romani volta ao Brasil e fala do desafio pós ouro no Mundial Indoor de Atletismo de Belgrado
Campeão mundial, com 22,53m, catarinense comemorou o primeiro passo dado rumo à Paris 2024 e vai retomar a preparação rapidamente para o Mundial ao ar livre, em julho

O catarinense Darlan Romani, que conquistou a medalha de
ouro no arremesso do peso no Campeonato Mundial Indoor de Atletismo, em
Belgrado, na Sérvia, voltou na manhã desta terça-feira, 22/3, ao Brasil,
desembarcando junto com outros atletas no Aeroporto Internacional de São Paulo.
Darlan comemorou o primeiro passo rumo à Paris 2024. A princípio, retoma os
treinos na próxima segunda-feira, no Centro Nacional Loterias Caixa de
Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista (SP). Fica no país até o dia
30 de abril, quando disputa o GP Brasil de Atletismo, no Rio de Janeiro. Depois,
segue para o Camping de Treinamento em León, na Espanha, acompanhado de Justo
Navarro, treinador da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) que trabalha
com Darlan desde 2010. Ele vai treinar e também disputar etapas da Liga
Diamante.
“Sigo direto da Europa para o Mundial do Oregon, nos Estados Unidos, em julho,
e, em seguida, volto para as últimas etapas da Liga na Europa”, lembrou. “Tudo
será acertado após uma conversa que terei com o Profe”, disse, referindo-se ao
treinador.
De Belgrado, Darlan ligou para Navarro, que mora em Bragança Paulista. “Ele
estava muito emocionado e feliz com o meu resultado” contou Darlan, que
praticamente não dorme desde sábado (19/3), dia da conquista do ouro, com 22,53m,
em que bateu Ryan Crousier, bicampeão olímpico, com 22,24m, e o ex-campeão
mundial Thomas Walsh, com 22,31m.
“A minha marca em Belgrado foi igual a do Mundial de Doha, em 2019, quando
fiquei em quarto lugar. Essa marca em pleno início de temporada é maravilhosa e
estou muito satisfeito. A responsabilidade só aumenta”.
Darlan é muito apegado à família. Sempre que pode, como nos Jogos de Tóquio,
onde ficou em quarto lugar, faz o "coraçãozinho coreano" em homenagem
a filha Alice, de 6 anos. Lembra muito do pai, falecido, da mãe, e fez questão
de visitar o irmão na UTI em Santa Catarina, vítima da Covid-19, e saiu de lá
contaminado pelo vírus. Além da doença, teve de se submeter a uma cirurgia de
hérnia de disco em fevereiro de 2021.
Embora feliz com os novos tempos – está bem de saúde, conta de novo com o apoio
do especialista cubano Justo Navarro, que ficou fora do Brasil mais de um ano
por causa da pandemia -, Darlan tem consciência que terá muitos desafios pela
frente. “Depois desse ouro, a responsabilidade será maior, mas tenho certeza de
que foi a primeira de muitas medalhas que vou dar ainda ao Brasil, a minha
família e ao meu treinador”, comentou o catarinense, que completa 31 anos no
dia 9 de abril.
Darlan foi quarto colocado nos dois últimos Mundiais que disputou, indoor de
Birmingham-2018 e outdoor de Doha-2019 e também na Olimpíada de Tóquio. Muito
feliz com a conquista, que encerrou “várias batidas na trave”, ele pediu a
mulher, Sara Romani, ex-atleta do salto com vara, em casamento, no aeroporto.
Casados no civil, vão celebrar essa união de 8 anos no religioso. “Só não sei
quando, talvez ao final da temporada do atletismo”, disse Darlan, com a medalha
de ouro no pescoço.