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Conheça Guilherme Paraense, o primeiro campeão olímpico brasileiro

Mesmo com revólveres especialmente fabricados para a competição, Paraense preferiu usar a própria arma e conquistou o ouro em 3 de agosto de 1920

Por Comitê Olímpico do Brasil

3 de ago, 2020 às 08:09 | 6 min de leitura

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Guilherme Paraense tem um lugar de destaque na história olímpica do Brasil. Após enfrentar as condições mais adversas para chegar a Antuérpia e, apesar de ter uma arma de nível inferior a dos principais adversários, especialmente os norte-americanos, marcou 274 pontos para se tornar o primeiro atleta do país a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, na prova de pistola rápida 30 metros. O atirador ainda ajudou a equipe brasileira a conquistar o bronze na pistola 50m, tendo obtido a segunda maior pontuação: 456, atrás apenas de Afrânio Costa (489).

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Natural de Belém (PA), Guilherme Paraense nasceu em 25 de junho de 1884. Aos 5 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a frequentar a Escola Militar. A prática de tiro era exigida no exercício de suas atividades como militar e, com mão firme, logo mostrou habilidade para o esporte.

No final da década de 1910, Paraense sagrou-se campeão brasileiro e sul-americano na modalidade tiro com revólver. Em 1914, junto a um grupo de atiradores, fundou o Revólver Clube, no Rio de Janeiro, destinado a dar maior atenção à prática do tiro esportivo.

Mesmo com revólveres especialmente fabricados para a competição, Paraense preferiu usar a própria arma e conquistou o ouro em 3 de agosto de 1920. O revólver está guardado até hoje por sua filha Oysis Paraense Ferreira e, nos anos de 2013 e 2014, fez parte da exposição interativa do COB.

Retornando da Europa com a equipe, Paraense foi recebido pelo então presidente da República Epitácio Pessoa e ganhou uma placa comemorativa. Além do ouro olímpico, Paraense colecionou diversos títulos, entre eles seis Brasileiros (1913, 1914, 1915, 1918, 1922 e 1927) e o Sul-americano de 1922.

No início da década de 1930, abandonou o esporte e, consequentemente, abdicou das edições seguintes dos Jogos Olímpicos. Participou da Revolução de 1930 e, em 1941, chegou ao posto de Tenente-Coronel, transferindo-se em seguida para a reserva.

Guilherme Paraense morreu em 18 de abril de 1968, aos 83 anos, vítima de infarto. Vinte e um anos depois, foi homenageado pelo Exército Brasileiro, que batizou o conjunto de estandes de tiro da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), com o nome "Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense". O local abriga anualmente uma competição que também recebe seu nome.  


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