Últimos três atletas do esqui cross country chegam à Gangwon 2024 e conhecem a Vila Olímpica

Nesta sexta-feira, 26, chegaram à Vila Olímpica de Gangneug, em Gangwon, os últimos atletas do esqui cross country: Ian Francisco da Silva, Gabriel Santos e Júlia Reis, além do treinador Lucas Martins. Eles passaram por um treinamento de campo de 10 dias na Áustria e, agora, se juntaram a Mariana Silva, que já estava na Coreia por ter disputado o biatlo, para as disputas das provas de Sprint no dia 29, Distance no dia 30 e Revezamento Misto, caso o país conquiste a vaga, no dia 1º.

“Eles estão preparados para competir. Treinaram bem, aproveitamos bastante os 10 dias que tivemos na neve antes de vir para Coreia, ajustamos algumas coisas quanto à técnica e subidas e descidas. Vamos fazer um treino leve neste sábado, reconhecer a pista. A Júlia já esteve no local da competição, mas os outros precisam se familiarizar. Agora é reconhecer a pista e competir”, analisou o técnico Lucas.

Os três atletas e o treinador que desembarcaram na Coreia do Sul são oriundos do projeto Ski na Rua. Em 2012, Leandro Ribela, atleta Olímpico de esqui cross country, começou a ensinar a modalidade através do rollerski (uma adaptação do esqui para o asfalto) para um pequeno grupo de jovens moradores da São Remo, comunidade que fica ao lado da Cidade Universitária, em São Paulo. Depois de um crescimento acelerado, a iniciativa foi oficializada na fundação da Associação Ski na Rua.

O foco da iniciativa é educar através do esporte, mas ela também tem gerado uma série de atletas de destaque do Brasil. Essa será a 3ª edição dos Jogos da Juventude em que o Brasil será representado no esqui cross country por pelo menos um atleta que conheceu a modalidade no projeto social. Em Gangwon 2024, o Ski na Rua e a São Remo serão representados por Gabriel Santos, Ian Francisco da Silva e Júlia Reis.

“Desde que eu entrei no projeto Ski na Rua sempre foi o meu sonho estar viajando para fora do país para treinar e competir. Estar representando todo mundo do projeto aqui é muito bom porque a gente vem da comunidade, de um lugar que tem necessidades, sem muito acesso. Eu nunca teria condições de vir pra cá se não fosse pelo esporte e, por isso, estou muito orgulhosa de estar representando o Brasil. É um sonho sendo realizado”, contou Júlia.

Os outros representantes do projeto foram Altair Firmino em Lillehammer 2016, que foi o 44º no esqui cross-country cross, o 47º no distance 10km livre e o 48º no sprint clássico. Para Lausanne 2020, o Ski na Rua enviou Rhaick Bonfim (50º no sprint, 62º nos 10km clássico e 76º no Cross). Além dele, o Brasil também teve Manex Silva (39º no sprint, 49º no cross e 55º nos 10km clássico), Eduarda Ribera (72ª no sprint e 73º no cross) e Taynara da Silva (74º no sprint, 77º no cross e 77º nos 5km clássico) no esqui cross country na competição na Suíça. Mariana, Eduarda e Taynara são frutos de um projeto da Confederação Brasileira de Desportos na Neve em Jundiaí (SP) para incentivar a prática da modalidade entre as mulheres.

Na edição de 2020 dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, o Brasil teve o melhor sul-americano em todas as provas de esqui cross-country que disputou, com direito a recorde de pontos FIS em todas elas e destaque para o Top 40 de Manex Silva na prova de Sprint.

Gabriel, Ian e Júlia foram os penúltimos atletas do Brasil a chegar à Coreia do Sul para a disputa de Gangwon 2024. João Teixeira desembarca na Coreia do Sul neste sábado, 27, e fica hospedado em um hotel próximo ao local de competição. No dia 1º, último dia de provas nos Jogos, ele disputa a prova do snowboard halfpipe.