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Painel Mulheres no Esporte 360 discute desafios e oportunidades para aumentar representatividade feminina no setor

Isabel Swan, da área de Mulher no Esporte do COB, media debate na COB Expo e destaca série de ações para incentivar a equidade de gênero no esporte

Por Comitê Olímpico do Brasil

28 de set, 2023 às 16:00 | 1 min de leitura

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A COB Expo reuniu, nesta quinta-feira, dia 28, um grupo de mulheres referências em diferentes áreas de atuação para abordarem uma série de aspectos relativos ao papel feminino no esporte, seus desafios e oportunidades. 

O painel “Mulher no Esporte 360” teve mediação da medalhista olímpica de vela Isabel Swan, líder da área Mulher no Esporte do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que tem como finalidade o fortalecimento da equidade de gênero no meio esportivo brasileiro. 

Isabel detalhou as principais ações da área, criada há cerca de dois anos, entre elas o mapeamento da representatividade feminina nas entidades esportivas e a ênfase no trabalho da ginecologia esportiva como suporte para a performance das atletas.  


“É fundamental que a gente pense a mulher no esporte de forma 360 graus. Cada uma fortalecendo seu processo e ganhando o espaço no esporte. A equidade de gênero tem que ser um tema recorrente. Se a mulher enxerga uma carreira no esporte, antes de tudo tem que ser seguro, inclusivo. A mulher precisa de representatividade e referência. Temos muita força e precisamos valorizar nossa história”, declarou Isabel Swan.

Uma parceira fundamental da área Mulher no Esporte do COB é a ONU Mulheres, que foi representada no painel pela jornalista e ativista Olga Bagatini. Ela apresentou os projetos de gênero e esporte executados pela entidade internacional, entre eles o “Uma Vitória leva a Outra”, que tem o objetivo de empoderar meninas e mulheres e um estudo voltado para a imprensa para promover uma cobertura esportiva livre de estereótipos.

“O esporte é uma das principais ferramentas de aceleração das desigualdades. Queremos formar mulheres como defensoras de direitos e agentes transformadoras em suas comunidades. Trabalhamos mobilizando todo o ecossistema esportivo para expandir as mensagens”, destacou Olga, que frisou ainda que o “Uma Vitória leva à outra” já atendeu mais de 200 pessoas e que é um legado do Rio 2016. Ela ainda elogiou o trabalho do Comitê Olímpico Internacional nas ações de equidade de gênero. “O COI tem feito um trabalho muito bom que incentiva toda a cadeia. Apesar dos avanços temos um longo caminho pela frente. Chamando todo o sistema esportivo para juntar os esforços para tornar a equidade de gêneros uma força no esporte. Temos que lutar também pela equidade de treinadores e gestoras”, completou Olga. 

Um exemplo pioneiro na gestão esportiva é Mariana Miné, primeira CEO mulher de uma Confederação Olímpica nacional. No rugby, ela lidera uma equipe com diversas iniciativas de fomento ao esporte feminino. O maior case de sucesso é a Seleção Brasileira feminina adulta, mais conhecida como as Yaras, que garantiram classificação para seus terceiros Jogos Olímpicos consecutivos.

“O rugby tem a inclusão como um valor muito forte, pois precisamos de todos os tipos físicos em um time. As Yaras são o nosso maior produto. Nossos patrocinadores querem se associar ao time feminino, o que para gente é incrível. Muitas coisas estão acontecendo no desenvolvimento do esporte feminino. Elas podem estar onde quiserem. Mulheres jogam rugby sim”, destacou Mariana, que complementou. “É super importante criarmos as referências. As vezes as mulheres não seguem no caminho porque não tem a quem seguir. Precisamos formar essas meninas além dos campos. Atingir o máximo potencial no esporte e na vida”.



Por falar em referência, quem também compartilhou sua história Duda Amorim, eleita a melhor jogadora de handebol da década. Campeã mundial em 2013 e tendo participado de três Jogos Olímpicos, ela encerrou sua trajetória como atletas depois de Tóquio 2020. Na COB Expo, ela trouxe um olhar sobre seu processo de transição de carreira. 

“Sempre foi meu objetivo tirar ao máximo e sou muito feliz de ter encerrado a carreira dessa maneira. Foi maravilhoso jogar quatro Jogos Olímpicos. Sinto que tive que provar muito para mudar esse cenário e encontrar espaço para o handebol feminino. O título mundial de 2013 foi um divisor de águas, uma geração que acabou inspirando. Hoje tem mais mulheres do Brasil atuando na Europa do que homens. Agora, eu que sempre amei jogar, um dos desafios pra mim é encontrar um novo propósito. O atleta olímpico tem qualidades pessoais que poderiam ajudar muito as empresas”, observou Duda.


O painel teve ainda duas outras palestras que trataram sobre o desenvolvimento de treinadoras. A australiana Michelle de Highden lidera um projeto nacional para entender as experiências de mulheres treinadoras em alto nível de rendimento e o ecossistema em que elas estão trabalhando, com vistas a desenvolver estratégias e intervenções sustentáveis que vão impactar suas experiências e sub-representação. Na última década, Michelle tem se dedicado a pesquisar, construir redes e relações para liderar a estruturação e implementação colaborativa de modelos, estratégias e programas híbridos e experenciais para formação e desenvolvimento de treinadores/as de alto rendimento.

Já a brasileira Thatiana Freire atua na área de Desenvolvimento Esportivo do COB e apresentou detalhes de sua pesquisa de doutorado em que investiga os desafios enfrentados pelas treinadoras brasileiras no contexto do rendimento esportivo e na proposição de ações de desenvolvimento que contribuam com sua inserção e permanência na carreira. No COB, em ações estruturantes para o Desenvolvimento Esportivo, como o programa de formação de Coach Developers. É co-autora do Modelo de Desenvolvimento Esportivo do COB, lançado em 2022.


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