De volta à seleção de vôlei, Wallace tenta título inédito e foge de rótulo de 'salvador da pátria'
Oposto se aposentou após os Jogos de Tóquio mas atendeu ao chamado de Renan após lesão de Alan

Dos 15 jogadores que treinaram na base do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em Saint-Ouen, na França, Wallace destoava do objetivo de médio prazo da maioria. A menos de dois anos dos Jogos Olímpicos Paris 2024, o oposto era o único que via a passagem pelo local como algo pontual. Aposentado após Tóquio 2020, ele voltou ao grupo apenas para a disputa do Campeonato Mundial, que começa nesta sexta-feira (26).
Alan era o titular da posição neste ciclo e principal pontuador do Brasil na Liga das Nações, mas rompeu o tendão de Aquiles da perna direita e desfalcou a seleção na reta final. Darlan, irmão mais novo dele, assumiu o posto, deixando o time sem reserva.
Para o Mundial, o técnico Renan Dal Zotto pediu a Wallace que reconsiderasse momentaneamente a aposentadoria. Também convocou Felipe Roque, de 25 anos, recuperado de grave lesão no ligamento do joelho direito.
“Foi uma conversa bem franca com o Renan. Ele disse que só de eu estar ali e aceitar tentar fazer as coisas já o deixava extremamente feliz. Só tenho a agradecer. Antecipei em uns dez dias da minha apresentação ao Cruzeiro e já estava começando a parte física para não chegar tão mal aqui na seleção.”
“É difícil, mas é pontual. É um momento em que a seleção tem hoje dois opostos muito jovens e que eu posso ajudá-los principalmente nesse momento de Mundial para eles não sentirem tanto assim. Falei com a minha família, a maioria dos meus amigos mais próximos, e todos foram unânimes de que eu tinha que vir mesmo. Eu já tinha na cabeça que tentaria. Tinha conversado com o Renan e acho que tem dado certo. Espero que consiga suprir essa expectativa. Mas não sou o salvador da pátria. Venho aqui para somar.”, disse Wallace.
Quarta colocada em Tóquio e eliminada nas quartas de final na Liga das Nações, a seleção trabalha duro para reencontrar o caminho das vitórias no Mundial. O primeiro desafio será contra Cuba, às 6h (de Brasília) desta sexta-feira (26) em Liubliana, na Eslovênia.
Para Wallace, será também a chance de conquistar um título que falta na carreira. Nas duas edições que Mundial que disputou, em 2014 e 2018, o Brasil terminou com a medalha de prata. Em ambas as edições o país foi superado pela Polônia na final.
“Quero ajudar a seleção a buscar esse título mundial. Eu participei de dois (Mundiais), e nos dois fiquei com a medalha de prata. Agora tenho mais uma chance. É mais uma faísca que queima aqui dentro, que me motiva para estar aqui e tentar buscar esse título. Tenho certeza de que todos que estão aqui tem essa mesma gana, essa mesma vontade de conquistar esse título.”
Após dois dias de treinos em dois períodos, a seleção deixou a base do COB em Saint Ouen rumo à Eslovênia na manhã desta quarta-feira (24), no horário local. No Grupo B, o Brasil terá como adversários, além de Cuba, o Japão e o Catar. Os dois primeiros de cada grupo e os quatro melhores terceiros colocados avançam para a fase seguinte. A competição também tem partidas na Polônia.