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Criador e criatura: medalhista olímpico Zion Bethonico e designer das medalhas Dante Uwai se encontram em Gangwon 2024

Brasileiros trocaram informações sobre os objetos; vencedor do concurso de design tocou a medalha que projetou pela primeira vez

Por Comitê Olímpico do Brasil

22 de jan, 2024 às 15:00 | 5 min de leitura

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Uma conjunção de fatores perfeita. Quando o arquiteto brasileiro Dante Akira Uwai venceu o concurso de designer das medalhas de Gangwon 2024, ninguém poderia imaginar que o feito abriria uma porta de sucesso para os atletas do Brasil na atual edição dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. Zion Bethonico quebrou uma barreira e conquistou o bronze no snowboard cross, a primeira medalha olímpica do Brasil em esportes de inverno. E isso deu a Dante uma chance única também: tocar na medalha que ele mesmo projetou.

“Foi incrível poder tocar na medalha! Essa relação do toque do usuário com a obra de arte era algo que estava no conceito da medalha desde o início. Eu sempre falei que não era uma pintura para apenas olhar, mas, sim, uma escultura para interagir. Tocando, a obra se concretizou. Foi muito emocionante saber que aquela medalha que estava nas minhas mãos pertence a um brasileiro como eu”, contou Dante.

Apesar de ter recebido das mãos do Presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, um conjunto com as medalhas de ouro, prata e bronze, ninguém pode tocar nelas porque havia uma proteção de acrílico que permitia apenas a visualização. Problema resolvido por Zion ter subido ao pódio em Gangwon.

“Fiquei muito feliz quando soube que era um brasileiro que havia desenhado a medalha. Foi uma coincidência enorme estarmos trabalhando juntos para levar um pedacinho do Brasil de volta para casa a partir da Coreia do Sul. Achei sensacional isso”, contou Zion que, por não estar hospedado na Vila Olímpica, que ficava muito distante do local da competição dele, não se encontrou com Dante quando ele e a família visitaram a área de residência dos atletas.

Dante Akira Uwai se encontra com atletas da delegação brasileira - Foto: Marina Ziehe/COB

Assim, Bethonico olhou o conjunto com as três medalhas pela primeira vez durante o encontro na Ice Arena, que recebia o jogo de curling Brasil e Dinamarca. “Quando olhei o conjunto com as três medalhas, a primeira coisa que pensei é que a de ouro era um pouco mais bonita que a de bronze. Mas com muito trabalho e dedicação, em Milão-Cortina, eu vou colocar uma de ouro no peito”, contou.

Aliás, o curling também fez história e conseguiu a primeira vitória olímpica da história do Brasil na modalidade. Para Dante, as medalhas podem ter inspirado os atletas brasileiros. “Eu espero que tenha ajudado um pouquinho sim, as evidências estão mostrando isso, mas para garantir tinha que fazer mais algumas medalhas”, disse sorrindo.

Zion e Dante tiveram a oportunidade de conversar por alguns minutos e mostraram um respeito muito grande um pelo trabalho do outro.

“Tive a oportunidade de visitar o perfil dele em uma rede social e achei muito interessante a arte que ele desenvolve. Acredito que ele também ficou muito feliz de um brasileiro ter conseguido a medalha que ele desenhou”, contou Zion.

“O Zion é uma pessoa muito tímida, mas muito querida e carinhosa. Para mim, foi incrível saber como é a cabeça de um atleta, como ele realmente entrou para ganhar, não só para fazer o melhor. Por essa mentalidade de atleta dá pra ver que o Zion vai buscar outras medalhas no futuro, com certeza. Quem sabe mais alguma que eu tenha projetado?”, completou Dante.

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