Com inauguração do busto de Guilherme Paraense, atletas disputam prova em homenagem ao centenário do primeiro ouro olímpico
Marco La Porta, vice-presidente do COB, acompanhou o evento disputado no Centro Militar de Tiro Esportivo, no Rio de Janeiro, neste sábado, 12/12

Há 100 anos, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, o Brasil
conquistou suas primeiras medalhas olímpicas. Foram três, todas no tiro esportivo:
ouro de Guilherme Paraense na Pistola de 30m, a prata de Afrânio Costa na
Pistola Livre 60 Tiros e o bronze por equipes na Pistola 50m com Paraense,
Afrânio, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledade. E o cenário que Paraense
encontrou naquela competição foi revivido por alguns dos principais nomes do
tiro esportivo do Brasil neste sábado, 12/12, no Centro Militar de Tiro
Esportivo, em Deodoro, no Rio de Janeiro.
“Sempre importante a gente estar cultivando a nossa memória olímpica. O evento
promovido pelo Ministério da Defesa, pela Secretaria Especial do Esporte e pela
Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, com apoio do Comitê Olímpico do Brasil,
foi muito bem organizado, rodeado de sucesso e, com isso, conseguimos homenagear
de uma maneira muito significativa nossos primeiros medalhistas, que precisam
sempre ser lembrados e servir de inspiração pra nossos atuais e futuros atletas”,
disse Marco La Porta, vice-presidente do COB.
Os atletas tiveram a experiência de repetir, em detalhes, as condições e regras
da prova em 1920. A prova comemorativa teve o alvo a uma distância de 30
metros, onde foram disparados cinco séries de seis tiros, totalizando 30 tiros
de prova. Cerca de 130 atletas se arriscaram a repetir a atuação de Guilherme
Paraense, depois de enfrentar todo tipo de problemas para chegar à Bélgica e
com uma arma de nível inferior a dos principais adversários, especialmente os
norte-americanos, marcou 274 pontos para ganhar o ouro na prova de pistola
rápida 30 metros.
“Eu gostaria muito de participar porque é uma prova bem similar à minha, mas,
infelizmente, acredito que não vai dar por conta das outras provas que estou
disputando. Desde que comecei a atirar com meus 8,9 anos, eu ouvia falar da
medalha do tenente Paraense, das histórias de superação das dificuldades que
ele teve. Então, foi conquistar a minha medalha foi a realização de um sonho e,
também, uma honra de poder representar bem o tiro esportivo na minha primeira
participação em Jogos Olímpicos”, disse Felipe Wu, prata na pistola de ar 10m nos
Jogos Rio 2016, 96 anos após de Paraense.
“Com a minha medalha, o esporte teve uma visibilidade maior e isso contribui
para aumentar o número de pessoas interessadas, principalmente, os mais jovens.
É sempre importante lembrar o passado, mas mirando o futuro”.
No domingo, ao fim da prova, serão entregues pela Taurus, empresa responsável pela fabricação, réplicas das armas aos dez primeiros colocados, além da premiação normal aos três melhores. A prova comemorativa fez parte do Campeonato Brasileiro de Tiro Esportivo, que começou
na última terça, 08, e termina neste domingo, 13, e reuniu mais de 500 atletas
de todo o país em provas de Carabina, Pistola, Rifle e Tiro ao Prato. O evento foi
fechado ao público e contou com um rígido protocolo de segurança contra a
Covid-19 com base em todas as regras de ouro impostas pela Prefeitura e pelos
Bombeiros. A competição está sendo transmitida pelo YouTube da CBTE.
Paraense eternizado – O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o secretário
nacional de esportes de alto rendimento, Bruno Souza, aproveitaram a ocasião
para inaugurar o busto de Guilherme Paraense que ficará no Centro Nacional de
Tiro Esportivo. Além disso, foram lançados também um selo e uma moeda
comemorativa pelo centenário do primeiro ouro olímpico do Brasil.
“Para conquistar uma medalha olímpica, é necessário percorrer um caminho árduo.
Por isso, hoje celebramos o centenário da conquista da primeira medalha de ouro
olímpica do Brasil. O feito de Guilherme Paraense e da equipe brasileira nos
Jogos da Bélgica em 1920 nos dá muito orgulho. O protagonista dessa homenagem é
um ícone do esporte olímpico do Brasil e deixou como legado um exemplo de
superação que inspirou as gerações seguintes. Hoje diversas entidades trabalham
para dar suporte a esses atletas. E entre as entidades que se destacam em projetar
o nome do Brasil, está o Comitê Olímpico do Brasil que fez história em Olimpíadas
e, agora, carrega a responsabilidade de carregar o Time Brasil com destino aos
Jogos Olímpicos de Tóquio”, disse o General Fernando Azevedo, ministro da
Defesa.
51ª edição do Campeonato Brasileiro de Tiro Esportivo - O Campeonato Brasileiro
de Tiro Esportivo há quase 50 anos decide os melhores do país em suas
respectivas provas. Em 2020, o evento está sendo realizado no Centro Militar de
Tiro Esportivo, estrutura que sediou os Jogos Olímpicos de 2016 e, também, a
Copa do Mundo da ISSF (Federação Internacional de Tiro Esportivo) há um ano.
Como não foi possível executar o Campeonato Brasileiro em sua plenitude por
conta da pandemia, ficou estabelecido que os resultados deste evento irão
definir os campeões brasileiros em cada uma das disciplinas disputadas, mas não
terão validade para o ranking geral ou qualidade.
A prova termina neste domingo, 13, com a definição dos resultados das provas de
Carabina de Ar – Equipe Mista, Pistola de Ar – Equipe Mista, Carabina Mira Aberta
de Ar, Pistola 50m masculino, Carabina Mira Aberta 25m, Carabina Mira Aberta
50m, Fuzil Standard, Carabina F-Class Open, Fossa Olímpica (25 pratos) e Skeet
(25 pratos), além da prova comemorativa.