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Com inauguração do busto de Guilherme Paraense, atletas disputam prova em homenagem ao centenário do primeiro ouro olímpico

Marco La Porta, vice-presidente do COB, acompanhou o evento disputado no Centro Militar de Tiro Esportivo, no Rio de Janeiro, neste sábado, 12/12

Por Comitê Olímpico do Brasil

12 de dez, 2020 às 15:34 | 4 min de leitura

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Há 100 anos, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, o Brasil conquistou suas primeiras medalhas olímpicas. Foram três, todas no tiro esportivo: ouro de Guilherme Paraense na Pistola de 30m, a prata de Afrânio Costa na Pistola Livre 60 Tiros e o bronze por equipes na Pistola 50m com Paraense, Afrânio, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledade. E o cenário que Paraense encontrou naquela competição foi revivido por alguns dos principais nomes do tiro esportivo do Brasil neste sábado, 12/12, no Centro Militar de Tiro Esportivo, em Deodoro, no Rio de Janeiro.

“Sempre importante a gente estar cultivando a nossa memória olímpica. O evento promovido pelo Ministério da Defesa, pela Secretaria Especial do Esporte e pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, com apoio do Comitê Olímpico do Brasil, foi muito bem organizado, rodeado de sucesso e, com isso, conseguimos homenagear de uma maneira muito significativa nossos primeiros medalhistas, que precisam sempre ser lembrados e servir de inspiração pra nossos atuais e futuros atletas”, disse Marco La Porta, vice-presidente do COB.

Os atletas tiveram a experiência de repetir, em detalhes, as condições e regras da prova em 1920. A prova comemorativa teve o alvo a uma distância de 30 metros, onde foram disparados cinco séries de seis tiros, totalizando 30 tiros de prova. Cerca de 130 atletas se arriscaram a repetir a atuação de Guilherme Paraense, depois de enfrentar todo tipo de problemas para chegar à Bélgica e com uma arma de nível inferior a dos principais adversários, especialmente os norte-americanos, marcou 274 pontos para ganhar o ouro na prova de pistola rápida 30 metros. 

“Eu gostaria muito de participar porque é uma prova bem similar à minha, mas, infelizmente, acredito que não vai dar por conta das outras provas que estou disputando. Desde que comecei a atirar com meus 8,9 anos, eu ouvia falar da medalha do tenente Paraense, das histórias de superação das dificuldades que ele teve. Então, foi conquistar a minha medalha foi a realização de um sonho e, também, uma honra de poder representar bem o tiro esportivo na minha primeira participação em Jogos Olímpicos”, disse Felipe Wu, prata na pistola de ar 10m nos Jogos Rio 2016, 96 anos após de Paraense.

“Com a minha medalha, o esporte teve uma visibilidade maior e isso contribui para aumentar o número de pessoas interessadas, principalmente, os mais jovens. É sempre importante lembrar o passado, mas mirando o futuro”.

No domingo, ao fim da prova, serão entregues pela Taurus, empresa responsável pela fabricação, réplicas das armas aos dez primeiros colocados, além da premiação normal aos três melhores. A prova comemorativa fez parte do Campeonato Brasileiro de Tiro Esportivo, que começou na última terça, 08, e termina neste domingo, 13, e reuniu mais de 500 atletas de todo o país em provas de Carabina, Pistola, Rifle e Tiro ao Prato. O evento foi fechado ao público e contou com um rígido protocolo de segurança contra a Covid-19 com base em todas as regras de ouro impostas pela Prefeitura e pelos Bombeiros. A competição está sendo transmitida pelo YouTube da CBTE.

Paraense eternizado – O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o secretário nacional de esportes de alto rendimento, Bruno Souza, aproveitaram a ocasião para inaugurar o busto de Guilherme Paraense que ficará no Centro Nacional de Tiro Esportivo. Além disso, foram lançados também um selo e uma moeda comemorativa pelo centenário do primeiro ouro olímpico do Brasil.

“Para conquistar uma medalha olímpica, é necessário percorrer um caminho árduo. Por isso, hoje celebramos o centenário da conquista da primeira medalha de ouro olímpica do Brasil. O feito de Guilherme Paraense e da equipe brasileira nos Jogos da Bélgica em 1920 nos dá muito orgulho. O protagonista dessa homenagem é um ícone do esporte olímpico do Brasil e deixou como legado um exemplo de superação que inspirou as gerações seguintes. Hoje diversas entidades trabalham para dar suporte a esses atletas. E entre as entidades que se destacam em projetar o nome do Brasil, está o Comitê Olímpico do Brasil que fez história em Olimpíadas e, agora, carrega a responsabilidade de carregar o Time Brasil com destino aos Jogos Olímpicos de Tóquio”, disse o General Fernando Azevedo, ministro da Defesa.

51ª edição do Campeonato Brasileiro de Tiro Esportivo - O Campeonato Brasileiro de Tiro Esportivo há quase 50 anos decide os melhores do país em suas respectivas provas. Em 2020, o evento está sendo realizado no Centro Militar de Tiro Esportivo, estrutura que sediou os Jogos Olímpicos de 2016 e, também, a Copa do Mundo da ISSF (Federação Internacional de Tiro Esportivo) há um ano. Como não foi possível executar o Campeonato Brasileiro em sua plenitude por conta da pandemia, ficou estabelecido que os resultados deste evento irão definir os campeões brasileiros em cada uma das disciplinas disputadas, mas não terão validade para o ranking geral ou qualidade.

A prova termina neste domingo, 13, com a definição dos resultados das provas de Carabina de Ar – Equipe Mista, Pistola de Ar – Equipe Mista, Carabina Mira Aberta de Ar, Pistola 50m masculino, Carabina Mira Aberta 25m, Carabina Mira Aberta 50m, Fuzil Standard, Carabina F-Class Open, Fossa Olímpica (25 pratos) e Skeet (25 pratos), além da prova comemorativa.

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