Após emagrecer 14 kg, Amanda Scott celebra boa fase com bronze
Brasileira do levantamento de peso mudou de categoria neste ano; Marco Tulio também vai ao pódio

Antes de encarar suas fortes rivais em Assunção, nesta terça, dia 4, a brasileira Amanda Scott, do levantamento de peso, já havia enfrentado duas batalhas difíceis nesta temporada: uma contra a insegurança e outra contra a balança. Com o bronze dos Jogos Sul-americanos no peito, ela pode, enfim, comemorar sua vitória tripla.
Na disputa da categoria até 71 kg, Amanda somou 233 kg (102 kg no arranco e 131 kg no arremesso) e assegurou mais uma medalha para o Time Brasil no Paraguai.
“Acho que foi uma das minhas melhores competições da vida. Eu estava em uma descendente por causa da minha insegurança e essa competição foi o desbloqueio total, mostrou que devo confiar em mim”, afirmou a atleta.
“Pela primeira consegui seis acertos. Geralmente eu errava uma ou duas tentativas por nervosismo. É mais um motivo para comemorar”, completou a brasileira.
Em Assunção, Amanda participa de sua primeira edição dos Jogos Sul-americanos, que são apenas seu quarto evento internacional na carreira.
Em dezembro do ano passado, a atleta havia conquistado a medalha de bronze no arranco no Campeonato Mundial na categoria até 87 kg –neste torneio, são distribuídas medalhas tanto para arranco quanto para arremesso. Em eventos como Jogos Sul-americanos e Olímpicos, apenas o valor total é premiado.
Na sequência, Amanda ganhou uma missão complicada: emagrecer para conseguir se encaixar na categoria até 71kg, que integra o programa dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ela teria dois meses para estrear no Campeonato Brasileiro com o novo peso.
Vegetariana, Amanda investiu em organização, disciplina e mais treino para atingir a meta. Ela congelava as porções certas de comida para não errar na dose nem ficar sem opções saudáveis. Não furou a dieta nem uma vez e complementou os treinos de força com exercícios cardiorrespiratórios.
Em dois meses, emagreceu 14 quilos.
“Foi a maior preparação que já fiz na minha vida. Bati o peso, competi bem no Brasileiro e fiz ótimas marcas”, relembrou ela, que ganhou o ouro no Nacional e superou a melhor marca do país ao somar (228 kg).
“Fui muito disciplinada. Não tinha essa de escapulir e comer um docinho ou uma fritura no fim de semana. Fiz de tudo para não ter erro e cumprir minha meta”, disse.
Em Assunção, a brasileira ficou atrás de Angle Paola Dajomes (247 kg) e Mari Leivis Periñan (240 kg). A marca que a campeã dos Jogos Sul-americanos 2022 atingiu nesta terça teria lhe dado medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
“A gente diz que nossas principais adversárias são das Américas. Se estou numa competição disputando medalha com elas, estou bem”, festejou a brasileira.
Em sua última tentativa no arranco em Assunção, Amanda levantou 131 kg e estabeleceu sua melhor marca na carreira.
“Eu estava bem nervosa naquela tentativa. Pela primeira vez levantei 131 kg. E desde dezembro eu não levantava 130 kg. Foi a injeção de confiança que faltava”, completou.
Bronze no masculino
Marco Túlio Machado tinha uma missão complicada na categoria até 96kg. Seu principal adversário e candidato ao ouro era o venezuelano Keydomar Sanchez, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Na disputa do arranco, o brasileiro fez a segunda melhor marca: 166 kg –o venezuelano atingiu 178 kg. No arremesso, Marco Tulio levantou 185 kg. Depois, tentou 191 kg duas vezes sem sucesso, somando 351 kg.
Com essa marca teve de esperar o desempenho dos rivais para definir se iria ao pódio.
O colombiano Brayan Santiago, que havia feito 165 kg no arranco, levantou 195 kg e assegurou sua medalha. Na sequência, o boliviano José Brayan Vaca tentou 167 kg, mas não conseguiu tirar o bronze do brasileiro.
Na disputa pelo ouro, Sanchez travou uma batalha com Santiago e quebrou o recorde do campeonato levantando 216 kg e somando 394 kg.