A 20 dias de Gangwon 2024, saiba como os Jogos de Inverno da Juventude ajudaram Laura Amaro a ser medalhista no Pan 2023
Prata no levantamento de pesos em Santiago, atleta representou o Brasil no skeleton em Lillehammer 2016 e diz que pretende voltar ao gelo no futuro

Faltam
apenas 20 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude
Gangwon 2024. O Brasil estará lá representado por 17 atletas, todos eles
estreando em uma competição de nível olímpico. A história que muitos escreverão
a partir do dia 19 de janeiro, data da Cerimônia de Abertura da competição que
reúne as modalidades disputadas no gelo e na neve, também já foi escrita por
Laura Amaro, um dos destaques do Brasil no... levantamento de pesos.
Com apenas 23 anos, a carreira da atleta carioca é marcada por diversos
recordes e inúmeras “primeiras vezes.” Em 2021, Laura foi a primeira mulher
brasileira a conseguir uma medalha em Mundial de levantamento de pesos adulto,
no Uzbequistão. Ela
foi prata na disputa do arranco nos 76kg, por ter levantado 108kg na prova.
Em 2022, bateu o recorde brasileiro de peso total levantado, nos Jogos
Sul-Americanos de Assunção, pela segunda vez. A marca até então, de 237kg, era
de Jaqueline Ferreira. Laura
foi a primeira do país a conseguir a marca total de 247kg.
Em 2023, a brasileira conquistou a sua primeira medalha em Jogos Pan-americanos,
a prata na categoria até 81kg. Com sorriso no rosto e medalha de bronze no
peito, Laura
se tornou apenas a terceira mulher a conseguir uma medalha em Pan.
Para entender melhor esses resultados históricos, é preciso voltar no tempo,
mais precisamente a 2015. Aos 14 anos, Laura se destacou nas provas de
velocidade e potência durante um processo seletivo para participar dos Jogos
Olímpicos de Inverno da Juventude em Lillehammer 2016. Depois de alguns meses
de treinamento, ela viajou para a Noruega e se tornou a primeira mulher a
competir no skeleton pelo Brasil em uma competição de nível olímpico.
“Foi lá que eu tive o meu primeiro contato com os valores olímpicos. Valores
que eu, na Zona Norte do Rio de Janeiro, já cultivava, mas não sabia o nome. A
busca por um esporte limpo, por uma competição o mais igualitária possível.
Quem é atleta de verdade, quem tem esse sangue na veia, já tá dentro da gente.
E eles começaram a pulsar mais intensamente dentro de mim”, diz Laura.
“Competir é muito legal, mas você estar dentro desse ambiente olímpico é muito
diferente.”
“Nunca tinha viajado de avião, nunca tinha visto neve e foi a primeira
oportunidade que eu tive de competir internacionalmente”, contou Laura, que
hoje está entre as melhores do mundo no levantamento de peso.
Carlos Aveiro, técnico de Laura desde a infância, afirma que a participação da
atleta nos Jogos de Lilehammer 2016 contribuiu de forma significativa para os
seus resultados. “Ela estar lá, bebendo dessa água do olimpismo, fez total
diferença para ela estar hoje na corrida olímpica no levantamento de
pesos", afirma.
O coração que começou a ficar dividido há 8 anos, ainda segue com um pedacinho
gelado, no bom sentido.
“No meu bolo de 15 anos tinha eu de vestido com peso em cima da cabeça e também
o meu bonequinho fazendo skeleton. Quando voltei de Lillehammer, escolhi seguir
no levantamento de pesos. Se tudo encaixar, ainda pretendo voltar para o gelo,
mas penso mais no bobsled. É um esporte que sempre me chamou atenção pela
potência de empurrar, poder controlar o carrinho nas manivelas”, contou.
“A maneira que esses esportes conversam entre si em mim não foi por acaso, tudo
aconteceu de uma forma cronometrada e muito bonita na minha carreira”,
completou Laura.
Clique aqui
e veja o vídeo da história de Laura com o skeleton, o olimpismo e como isso a
ajudou a estar entre as melhores do mundo no levantamento de pesos.
O Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024
A Cerimônia de Abertura de Gangwon 2024 será no dia 19 de
janeiro, marcando o início dos maiores Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude
já realizados, com aproximadamente 1.900 jovens atletas competindo em 81
eventos de sete esportes e 15 disciplinas, com uma divisão de 50-50 entre
competidores masculinos e femininos.
Os 4º Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude serão realizados na província de
Gangwon, na República da Coreia, que já sediou os Jogos Olímpicos de Inverno
PyeongChang 2018. Estes serão os primeiros realizados na Ásia e irão utilizar o
legado dos Jogos Olímpicos e envolver ainda mais jovens através de várias
atividades antes, durante e depois dos Jogos.
E o Brasil já inicia o evento com uma marca importante: o recorde tanto no
número de atletas (17), quanto no de modalidades (07) numa edição dos Jogos
Olímpicos de Inverno da Juventude – o recorde anterior era de Lausanne 2020 com
12 atletas em seis esportes.
Os esportes com mais atletas serão o curling e o esqui cross country. A equipe da
modalidade de gelo será formada por Pedro Ribeiro, Guilherme Melo, Julia
Gentile e Rafaela Ladeira. Júlia e Guilherme também jogarão as duplas mistas. No
esqui cross country, o Brasil contará com Ian Francisco da Silva, Gabriel
Santos, Mariana Silva e Júlia Reis
Serão quatro modalidades com dois atletas brasileiros: no snowboard, João
Teixeira disputará o halfpipe e Zion Bethônico, o cross; o esqui alpino terá os
irmãos gêmeos Alice e Arthur Padilha; o bobsled contará com Luiz Felipe Seixas
e André Luiz dos Santos; e o skeleton com Cauê Miota e Eduardo Strapasson.
Fechando a lista, a primeira vaga do Brasil em Gangwon foi conquistada por
Lucas Koo na patinação velocidade – pista curta.
A primeira equipe operacional do COB sai do Brasil no dia seis de
janeiro para deixar tudo preparado nas duas Vilas Olímpicas que contarão
com brasileiros. Em Jeongseon, ficarão os atletas do esqui alpino. Todas
as demais modalidades ficarão na Vila de Gangneung. No dia 20, já serão
realizados os primeiros jogos de curling e haverá disputas de medalhas na
patinação velocidade – pista curta e no snowboard cross.