Na estreia da ginástica artística nos Jogos da Juventude, jovens de realidades distintas lado a lado por sonhos possíveis
Nos Jogos da Juventude, competições da modalidade se encerraram nesta sexta-feira, 9 de setembro

As competições de ginástica artística dos Jogos da Juventude se encerraram nesta sexta-feira, 9 de setembro, no ginásio Constâncio Vieira, recheadas de sonhos, superação, lições de vida. Foi a estreia da modalidade nos Jogos da Juventude. Eddie Harrison Cardoso, do Sergipe, de 16 anos, disputou um grande evento multiesportivo pela primeira vez. Competindo ao lado de ginastas bem mais experientes, estar nos Jogos significou muito para ele.
“Já ganhei minha medalha de ouro só em disputar os Jogos. É um sonho estar aqui”, disse o garoto, cujo nome é uma escolha do pai, fã dos atores americanos Eddie Murphy e Harrison Ford.
Eddie mora no bairro América, distante do centro de Aracaju, e começou na modalidade há quatro anos graças a um projeto implementado nas escolas da rede pública, de fomento ao esporte. Só competiu em dois aparelhos (solo e saltos), pois no local onde treina não há estrutura suficiente para se aprimorar nos demais. Está hospedado num hotel com toda a delegação do Sergipe, dividindo o quarto com um atleta do taekwondo. Pela primeira vez na vida, andou de elevador. “Não queria, mas fui. Não senti medo, não, mas me deu uma gastura.....e olha que foi só até o primeiro andar!”, contou o garoto, rindo, e cujo sonho é sempre o mais próximo de alcançar. “Quero dar o meu melhor sempre, e ir subindo, degrau a degrau”.
Enquanto Eddie retirava as fitas que envolviam seus punhos, já encerrada sua participação, Josiany Calixto se apresentava no solo para conquistar mais uma medalha de ouro, a sua quinta nos Jogos da Juventude. Aos 15 anos, natural do Paraná, ela hoje é integrante da seleção brasileira juvenil e, com alguma frequência, treina ao lado dos maiores nomes da ginástica artística feminina brasileira, como Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, no Centro de Treinamento da modalidade no parque Maria Lenk, no Rio de Janeiro. “É uma honra treinar ao lado delas, não sei nem como explicar. Claro que um dia quero fazer parte da seleção e disputar os Jogos Olímpicos”, sonha alto a menina, de Santo Antônio da Platina, interior do estado, que começou na ginástica artística aos 9 anos. Josiany é uma realidade no esporte e este ano esteve nos Jogos Sul-americanos da Juventude de Rosário, onde foi medalhista de ouro por equipes. Integrante da seleção e já competindo internacionalmente, fez questão de viajar para Aracaju. “Competir é sempre bom, serve para ganhar ainda mais experiência”.
De realidades distintas, Eddie e Josiany têm em comum o sonho de um futuro brilhante.