Entrada de Renan Dal Zotto no Hall da Fama do COB é marcada pela emoção
Medalhista olímpico em 1984, o atual técnico da seleção masculina de vôlei superou quadro grave de Covid antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio

A cerimônia de gala em homenagem aos novos integrantes do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB), realizada na noite desta quinta-feira, dia 18, em São Paulo, foi marcada por um momento de grande emoção. Ao eternizar suas mãos na galeria de ídolos do esporte nacional, o medalhista olímpico e atual treinador da seleção brasileira masculina de vôlei, Renan Dal Zotto, celebrou sua maior conquista: a vida.
A carreira de Renan no vôlei é marcada por muitos títulos e medalhas. Mas sua grande vitória aconteceu fora das quadras. Ele superou um grave quadro de saúde em decorrência da Covid-19 antes do Jogos Olímpicos de Tóquio e conseguir retomar suas atividades no comando da equipe. Ao subir no palco para deixar suas mãos eternizadas no molde que ficará exposto na futura sede do COB, Renan não conteve a emoção.
“Fiquei muito mais comovido depois da Covid. Hoje faz dois anos que levantei da cama. É muita emoção estar aqui e ouvir histórias tão lindas. Hoje é um momento de reflexão, de olhar para trás e entender o que o esporte deu para gente. Grandes aprendizados vêm. Agradeço demais a energia e o pensamento positivo que as pessoas tiveram. Não tenho palavras de agradecer e ter a honra de estar aqui hoje. Obrigado ao COB pelo apoio no meu momento mais difícil”, agradeceu Renan, que subiu ao palco com uma música remixada por seu filho Enzo.
Casada com Renan há 35 anos, Annalisa foi a responsável pelo discurso inicial exaltando sua trajetória. “Falar do Renan hoje é uma emoção muito grande. A maior força do Renan foi a demonstração da fé, do espírito olímpico, da força de vontade que move os esportistas e que é tão admirável. Renan já fazia parte da história do esporte olímpico brasileiro e hoje ele entra para o Hall da Fama do COB”, celebrou Annalisa, que também não conteve as lágrimas ao relembrar a batalha pela vida do marido.
“Renan respira o esporte, é a vida dele. E isso faz parte da nossa vida também, da minha vida e da vida dos nossos filhos. A gente vive isso junto com ele. Foi uma jornada muito complexa, que contou com a participação de uma turma grande da saúde, de amigos e família, mas a CBV e o COB também colaboraram muito para que ele conseguisse chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Renan participou de seis edições de Jogos Olímpicos. Mas eu acho que essa última demonstra melhor a força dele. Essa força que o acompanhou desde o início da carreira. É a força da perseverança, da disciplina e da superação que ele aprendeu com o esporte”, ressaltou a esposa de Renan.
Renan foi um dos pilares da equipe que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984. O ponteiro disputou também as edições de Moscou 1980 e Seul 1988. Foi vice-campeão mundial em Buenos Aires 1982 e tem três medalhas em Jogos Pan-americanos (ouro em Caracas 1983, prata em San Juan 1979 e bronze em Indianápolis 1987). Em 2015, foi incluído no Hall da Fama da modalidade. Como técnico da seleção brasileira masculina tem como principais feitos a prata no Campeonato Mundial de 2018 e os títulos da Copa do Mundo de 2019, da Copa dos Campeões e da Liga Mundial de 2017.