Filipe Otheguy está na semifinal da pelota basca no Pan de Santiago
Filho de francês e mãe brasileira representa o país na busca por medalha no frontball masculino

O representante do Brasil na pelota basca está na semifinal dos Jogos Pan-americanos de Santiago. Apesar da derrota para o cubano Cristian Abreu por 2 a 0 (12x5 e 12x10), em partida disputada nesta quinta-feira, 2, Filipe Otheguy terminou a fase de grupos na segunda posição e se garantiu na briga por uma vaga na final. O próximo adversário do franco-brasileiro será o mexicano David Alvarez, líder do grupo A e um dos favoritos da competição.
“Começou um primeiro set não muito bem, um pouco frio nas pernas e nas mãos, e no segundo set fui um pouco melhor. Estou contente em estar na semifinal, mas vou jogar contra o favorito, então vou me recuperar desse jogo de hoje e dar o meu melhor amanhã para lutar pelo ouro”, disse Filipe.
Esta é a segunda vez que Filipe Otheguy representa o Brasil em Jogos Pan-americanos. A primeira foi em Lima 2019, quando conquistou a medalha de bronze. Em 2014 Filipe fez o primeiro contato com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e demonstrou interesse em competir pelo país. Na época, ele disputou uma etapa de Copa do Mundo e terminou em quinto lugar.
“Eu entrei em contato com o Clube Atlético Paulistano, onde tem a única quadra de pelota basca no Brasil, e cheguei ao Comitê Olímpico do Brasil, que me deu todo o suporte para participar dessas competições”, completou.
A pelota basca consiste em bater uma bola contra uma parede, na qual poderá ser tocada no chão apenas uma vez antes de o adversário rebatê-la. É disputada em 12 modalidades diferentes, mas no Pan apenas as quatro mais conhecidas estão no programa.
No Brasil a modalidade pode até não ser tão conhecida, mas na França, país onde o atleta nasceu, é bastante popular. Filipe, que é formado em educação física, e hoje vive no município de Saint-Pée sur Nivelle, conta que aprendeu português com a mãe, natural de Fortaleza (CE), e sonha em conhecer o Brasil, além de expandir a modalidade no país que, segundo ele, aprendeu a amar.
“A minha mãe me ensinou a ter amor pelo Brasil e, por isso, eu gostaria muito de ver as crianças de lá praticando a pelota basca. Como pode ver, não é preciso muito e não tem custos altos. Basta uma parede, uma quadra, linha branca e uma bola. É possível jogar em qualquer lugar. Na França as crianças aprendem nas escolas, mas em todas as cidades têm muitos clubes também e um dia desejo o mesmo para o Brasil”, finalizou Filipe.