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Yane Marques e Melânia Luz são unidas por homenagem e pioneirismo em Londres

Separadas por mais de seis décadas, pentatleta e velocista viveram auge de suas trajetórias no alto rendimento em Jogos na capital inglesa

Por Comitê Olímpico do Brasil

19 de mai, 2023 às 06:00 | 1 min de leitura

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Dentre os oito novos integrantes do Hall da Fama, duas mulheres. Melânia Luz, representada pela filha Maria Emília, e Yane Marques foram homenageadas nesta quinta-feira pelo COB como símbolos do pioneirismo feminino nos Jogos Olímpicos. Separadas por mais de seis décadas, as competidoras do atletismo e do pentatlo foram responsáveis por quebrar barreiras em Londres e servir de inspiração para gerações futuras. 

Melânia foi a primeira mulher negra a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos, competindo na segunda edição dos Jogos de Verão na capital inglesa, em 1948. Correu os 200m e o revezamento 4x100m, no qual a equipe brasileira selou o novo recorde sul-americano da época. A mesma Londres, 64 anos depois, voltou a receber o evento e viu Yane tornar-se a primeira mulher da América Latina a conquistar uma medalha no pentatlo moderno. 

Melânia, três vezes medalhista sul-americana em provas de pista, abriu portas para que outras mulheres negras também tivessem espaço no esporte e fossem reconhecidas por seus feitos. Um destes expoentes, Janeth Arcain, dona de duas medalhas olímpicas no basquete, foi a responsável por chamar a homenagem nesta noite de gala em São Paulo. A filha, que recebeu a placa comemorativa pela mãe, falecida em 2016, se emocionou.

“Minha mãe estaria muito lisonjeada. Uma pena que a homenagem não veio em vida, mas onde minha mãe estiver ela está aplaudindo. Tenho certeza de que ela está muito feliz e orgulhosa desse reconhecimento”, disse Maria Emilia.

O presidente do COB, Paulo Wanderley, Maria Emília, Janeth Arcain e o presidente da CBAt, Wlamir Motta Campos. Foto: William Lucas/COB.

Do sertão pernambucano para Londres, Yane conquistou a última medalha do Brasil na edição de 2012 dos Jogos. Caiu exausta após cruzar a linha de chegada na prova combinada entre corrida e tiro, mas com a certeza de que seu feito era inédito. Colocou o Brasil de vez no mapa do pentatlo mundial e se apresentou a todo o país como medalhista olímpica. Quatro anos mais tarde ela teria a honra de ser porta-bandeira na cerimônia de abertura da Rio 2016.

“Sempre me entreguei com muita intensidade aos treinos, às competições. Eu vivia isso, respirava, transpirava. Quando ganhei a medalha em Londres falaram que era a primeira medalha da América Latina. É um plus, valoriza muito mais. Por que ninguém conseguiu antes e eu consegui agora? Isso traz esse sentimento bom de satisfação, de orgulho”, disse a hoje presidente da Comissão de Atletas do COB.

Na noite desta quinta, o COB eternizou, além de Melânia e Yane, os nadadores Ricardo Prado e Manoel dos Santos, o velejador Marcelo Ferreira, o judoca Walter Carmona e o jogador de vôlei Renan Dal Zotto, da turma de 2022. Zagallo, eleito em 2020, também foi homenageado em vídeo. Criado em 2018, o Hall da Fama até hoje gravou pés e mãos de 33 ídolos do esporte brasileiro.

O presidente do COB, Paulo Wanderley, Yane e o esposo Renato, e o presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, Celso Sasaqui. Foto: William Lucas/COB

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