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Vôlei de praia ajuda Ana Patrícia a superar bullying pela altura: “Sempre soube que seria atleta”

Classificada para Tóquio 2020 com Rebecca, a mineira supersticiosa conta com apoio dos lendários Reis e Oliveira para buscar o sonhado pódio olímpico

Por Comitê Olímpico do Brasil

13 de abr, 2020 às 08:11 | 5 min de leitura

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É difícil ser diferente do padrão no período escolar, quando o bullying vira uma realidade para muitas crianças. Segundo especialistas, trabalhar duro e encontrar uma força interior, algo que motive a sair dessa situação, são algumas das formas de superar essa prática tão nociva. E foi exatamente o que fez Ana Patrícia Silva Ramos, ou apenas Ana Patrícia, 22 anos e 1,94m de altura.

“Por conta da altura, sofri um pouquinho na escola. Foi um período bem difícil mesmo e, querendo ou não, levamos alguma coisa para a vida adulta. O vôlei veio para transformar algumas crenças que eu tinha e para me realizar, não só como profissional, mas também como pessoa”, relembra Ana Patrícia.

Parte dessa força interna veio de uma descoberta que ela fez ainda pequena – na idade, não no tamanho – em Espinosa, norte de Minas Gerais, a 700km de Belo Horizonte e bem distante da praia: se tornar atleta.

“A vida de interior é bem simples, não tem muitas coisas para fazer. Na maior parte do tempo, ficava com os amigos praticando esportes. Jogava de tudo, menos vôlei. Sou apaixonada por futsal, jogava diariamente no time da cidade e ainda ficava nas peladas com os meninos. Pratiquei também natação e handebol, que foi o que me levou aos Jogos Escolares, em 2013”.

Na competição estudantil, Ana Patrícia foi observada pelo professor Augusto Figueiredo e resolveu mudar de cidade e modalidade, trocando a quadra coberta pela areia. Em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, começou a treinar com o técnico Giuliano Sucupira depois que passou a integrar a seleção mineira de vôlei de praia.

“Na verdade, sempre tive na mente que seria atleta. E sabia que conseguiria, é incrível. Só que já estava ficando meio desanimada porque estava ficando velha para o esporte e, por morar no interior, talvez não recebesse uma oportunidade. Mas sempre senti, nunca consegui pensar em outra coisa para a minha vida que não fosse ser atleta. Quando apareceu a oportunidade, agarrei com todas as forças”.

Ouro em Nanquim 2014

Ainda que a altura fosse uma vantagem no início, Ana Patrícia teve que aprender os fundamentos praticamente do zero. Só que a evolução foi tão rápida que, em apenas quatro meses de treinamento, foi convocada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) para treinar no Centro de Desenvolvimento de Voleibol, em Saquarema (RJ). Disputou o Mundial sub-19 com Paula Hoffmann e, posteriormente, os Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014, sagrando-se campeã ao lado de Duda – que, com Ágatha, também estará em Tóquio.

“Tenho muitas boas lembranças, mas acredito que os Jogos Olímpicos da Juventude foi especial por mostrar que estava no caminho certo. Talvez tenha sido o momento de maior afirmação, foi quando soube que teria futuro na modalidade”.