Rogério Sampaio apresenta painel sobre 'Desafios da gestão esportiva no Brasil'
Campeão olímpico e diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil fala, ao lado de João Paulo Gonçalves da Silva, superintendente executivo do CBC, sobre o futuro do movimento olímpico do Brasil

Um
dos painéis que movimentou o público na programação vespertina da COB Expo foi
o “Desafios da gestão esportiva”. Ex-atletas como o medalhista olímpico
Henrique Guimarães, dirigentes de clubes e entidades associativas e profissionais
de diversas áreas se reuniram para ouvir Rogério Sampaio, diretor-geral do Comitê
Olímpico do Brasil (COB), e João Paulo Gonçalves da Silva, superintendente executivo
do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), falarem sobre obstáculos que precisam ser
enfrentados em prol do desenvolvimento do esporte olímpico no Brasil.
“O grande desafio em termos de resultados é superar o que conquistamos nos
últimos grandes eventos multiesportivos, já que tivemos as melhores campanhas
da história tanto nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, quanto nos Jogos
Olímpicos Tóquio 2020. Não será fácil principalmente por termos apenas 3 anos
entre uma Olimpíada e outra, é pouco tempo para maturação de novos talentos. Em
termos de gestão, nosso grande desafio atualmente é a legislação. Precisamos
estar muito atentos porque qualquer pequena mudança gera um grande impacto em
diversas áreas administrativas, desde a Tecnologia da Informação até a Diretoria
Financeira”, contou Rogério.
Para o CBC, o crescimento da quantidade de filiados se tornou um desafio para
os investimentos que a entidade está fazendo. “São mais de 800 clubes utilizando
os mesmos recursos que eram para 14, quando a entidade nasceu. Nossos grandes
desafios são fazer mais com menos recursos e buscar novas fontes de
financiamento. Além disso, também queremos aumentar número de esportes olímpicos
contemplados em nossas ações e aprimorar a tecnologia para otimizar os recursos
e melhorar a gestão”, contou João Paulo.
Mas antes de falar dos desafios, Rogério apresentou os obstáculos que já foram
superados pelo COB nos últimos anos até atingir o patamar que a entidade tem
hoje. “Com as ações implementadas, o Comitê passou a ser procurado pelas
empresas que querem se associar aos valores do esporte. Isso é um passo muito
importante para a evolução nos resultados”, contou.
De acordo com Rogério, os grandes eventos, especialmente os Jogos Olímpicos Rio
2016, deixaram um legado importante das construções esportivas, mas que não é o
único. O Programa Transforma, de promoção dos Valores Olímpicos, é um deles.
Fomentar a educação olímpica e os valores primordiais de respeito, amizade e
excelência nas crianças, através dos conteúdos educacionais, dentro da Base
Nacional Comum Curricular, é muito importante”.
Outro legado é o da legislação esportiva. A Lei Agnelo-Piva em 2001, a Lei
Bolsa-atleta 2004, a Lei de Incentivo ao Esporte em 2006, e a Lei Bolsa Atleta
Pódio em 2011 são alguns dos bons exemplos de políticas públicas que incentivaram
o movimento olímpico. “A garantia de recursos, a chamada previsibilidade, nos
permite planejar a médio e longo prazo, o que é fundamental no esporte”.
O campeão olímpico também comentou sobre os investimentos na imagem do
Movimento Olímpico. Na Comunicação, o diretor-geral citou ações como o Canal
Olímpico do Brasil, que tem transmitido eventos nacionais sem espaço nas tvs
tradicionais e grandes competições, e a expansão do alcance das redes sociais
do Time Brasil, que contam com mais de 5 milhões de seguidores. Já no Marketing,
Rogério deu destaque para a realização de grandes projetos como a Casa Brasil
em Santiago 2023 e Paris 2024 e a COB Expo, que permitem o intercâmbio entre
vários stakeholders ligados ao esporte.
Para o futuro, o COB já tem suas prioridades de investimento. “Uma delas é o fortalecimento
do Instituto Olímpico Brasileiro, o braço educacional do COB. A capacitação dos
profissionais das mais diversas áreas é fundamental para o desenvolvimento do
esporte no país e queremos cada vez mais pessoas bem preparadas para exercer
suas funções. E a segunda é Ciência e Tecnologia do Esporte, muito importante
para que os atletas e treinadores tenham subsídios para analisar melhor os
próprios desempenhos e possam direcionar o planejamento competitivo e de
treinamento de uma maneira mais assertiva”, completou Rogério.