Mayra Aguiar é bronze e conquista a segunda medalha do judô brasileiro no Mundial
Líder do ranking mundial, judoca gaúcha é a maior medalhista do país na história do evento

Mayra Aguiar não entrou para brincadeira no tatame da Nippon
Budokan na madrugada desta sexta-feira, 30, sexto dia de disputas do Campeonato
Mundial de Tóquio. Muito focada, resolveu, em poucos segundos, suas três
primeiras lutas por ippon sobre Yahima Ramirez (POR), Sarah Mazouz (GAB) e
Loriana Kuka (KOS) antes de garantir o bronze com outro ippon, dessa vez, sobre
a portuguesa Patrícia Sampaio.
O único revés da bicampeã mundial veio na semifinal. Ela encarou a francesa
Madeleine Malonga, número quatro do mundo e que veio ao Mundial após vencer a
concorrência interna com ninguém menos do que a atual vice-campeã olímpica,
Audrey Tcheumeo, pela vaga na equipe francesa.
O combate foi marcado pelo equilíbrio nas pegadas e Malonga conseguiu leve vantagem
ao forçar uma punição à Mayra. A brasileira tentou reagir para evitar outra
punição, entrou com um golpe rasteiro e foi surpreendida pela revertida que deu
o ippon à adversária.
Com a experiência de muitos mundiais e três Olimpíadas, Mayra recuperou-se
rapidamente da derrota na semifinal e voltou determinada ao tatame para
garantir sua sexta medalha em Mundiais com ippon sobre a jovem portuguesa
Patrícia Sampaio.
"Eu comecei (a lutar) muito cedo e acho que isso me ajudou muito a
conquistar essas medalhas em Mundial. É uma competição que gosto bastante, que
eu me dedico muito e é um campeonato bem forte, todo mundo muito bem preparado
e um nível super alto. Gosto muito de lutar Mundial e mais ainda aqui no Japão,
que tem uma energia diferente, e o povo adora o judô, é a casa do
esporte", disse Mayra.
Agora, ela soma dois ouros, uma prata e três bronzes em Campeonatos Mundiais
Sênior e é a maior medalhista mundial do judô brasileiro.
"Aqui é diferenciado. Minha primeira medalha em Mundial foi em Tóquio,
então eu tenho um carinho muito especial por esse país. E é sempre bom poder
vir aqui e sair com uma medalha no peito", concluiu Mayra Aguiar.
A cerimônia de premiação das atletas da categoria meio-pesado feminina contou
com a presença do presidente da Confederação Brasileira de Judô, Sílvio Acácio
Borges, que teve a honra de entregar as flores para as medalhistas: Loriana
Kuka (KOS) e Mayra Aguiar (bronze); Shori Hamada (JPN - prata); e Madeleine
Malonga (FRA - ouro).
Buzacarini para em vice-campeão olímpico e Leonardo Gonçalves sofre revés
diante de azeri
Nas chaves masculinas, o Brasil teve dois representantes no meio-pesado
(100kg): Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini.
O melhor desempenho veio com Buzacarini. Ele estreou com vitória estratégica
nas punições sobre o árabe Ivan Remarenko, medalhista de bronze no Mundial de
2014, e derrotou o alemão Karl Richard-Frey com waza-ari no golden score na
segunda luta.
Para avançar às quartas, o brasileiro precisaria passar pelo atual vice-campeão
olímpico, Elmar Gasimov, do Azerbaijão, mas sofreu o ippon que interrompeu sua
primeira participação em mundiais.
Já Leonardo parou na primeira luta. Ele começou melhor no combate com Zelymn
Kotsoiev, também do Azerbaijão, e ameaçou o adversário em alguns momentos da
luta com ataques perigosos. Em um lance dividido, o azeri encaixou o golpe e
venceu por ippon.
"Meu estilo de luta é assim, sempre para frente. Quem assistiu viu que eu
estava melhor, mas ele encaixou o golpe ali e entrou. Era uma luta importante
para o ranking mundial, para disputa de vaga olímpica, mas vamos seguir em
frente", explicou Leo ao deixar a Budokan.
Pesados fecham Mundial Individual neste sábado
No penúltimo dia de Mundial o Brasil será representado por seus quatro judocas
do peso pesado: David Moura (+100kg), Rafael Silva (+100kg), Maria Suelen
Altheman (+78kg) e Beatriz Souza (+78kg).
Até o momento, o país soma dois bronzes no evento, com as medalhas de Rafaela
Silva (57kg) e Mayra Aguiar (78kg).
Fonte: CBJ