Live Tamo Junto: COB e CPB promovem encontro de gerações entre campeão olímpico e medalhista no Rio 2016
Veterano Ricardo dos Santos e a jovem Edwarda Dias trocaram experiências em bate-papo virtual

O Instagram do Time Brasil foi palco de mais uma intensa troca de experiências entre atletas olímpicos e paralímpicos nesta quinta-feira, dia 28. Desta vez, a parceria entre os Comitê Olímpico do Brasil e o Comitê Paralímpico Brasileiro proporcionou um encontro de gerações na Live Tamo Junto. Fora do campo de jogo por causa do isolamento social, o campeão olímpico de vôlei de praia em Atenas 2004, Ricardo dos Santos, “bateu uma bola” com Edwarda Dias, bronze no vôlei sentado no Rio 2016. O entrosamento entre os dois rendeu uma conversa leve e cheia de boas histórias.
Um dos maiores nomes da história do vôlei de praia mundial, com três medalhas olímpicas, Ricardo segue, aos 45 anos, competindo em alto nível. No ano passado, ao lado de Álvaro, conquistou o título do Circuito Brasileiro. Na live, deu algumas dicas de sua receita para a longevidade nas areias. “A maturidade de jogar certamente é o diferencial. A experiência adquirida em todos esses anos nos dá a visão de que você vai se limitando em algumas ações, mas ganhando de uma outra forma. O entendimento do jogo é diferente. Isso fez com que eu continuasse jogando no alto rendimento. Também tive a sorte de sempre ter profissionais capacitados ao meu lado que ajudaram a prolongar minha vida no esporte. Hoje já se quebrou aquele paradigma de que atleta mais de 35 anos é velho para o esporte. Em momentos difíceis do jogo, a experiência acalma”, analisou o campeão olímpico ao lado de Emanuel, que admitiu ainda sentir prazer em competir.
O talento de Duda vem de cedo. Aos 13 anos, começou no vôlei sentado e no ano seguinte já integrava a seleção brasileira. Vitoriosa na modalidade, ela revelou planeja mudanças para um outro esporte depois dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. “Talvez essa seja a minha última paralimpíada no vôlei. Como sou nova, tenho a ideia de que tenho que experimentar de tudo um pouco. Ainda não sei, mas pretendo migrar para o parabadminton, por ser uma modalidade individual. Já fui campeã brasileira e quero agarrar essa oportunidade. No vôlei sentado, mesmo jovem, já conquistei muitas coisas. Quero me superar”, revelou a para atleta, que além do bronze paralímpico, tem no currículo as pratas nos Jogos Parapan-americanos de Lima 2019 e Toronto 2015.
Ricardo incentivou a Edwarda a seguir suas escolhas. “O caminho da vitória você já tem. Você já vivenciou como é dar certo como atleta. Quando se transfere isso a outro esporte, a transição se torna mais fácil. O atleta é movido a desafios. Dificilmente ele se entrega e sempre tenta buscar o melhor de si”, ressaltou o paraibano, que atualmente está na Flórida (EUA) e segue mantendo a forma física com exercícios dentro de casa, apesar da gradual abertura da cidade onde vive. Após a pandemia, Ricardo pretende continuar competindo por mais um ou dois anos nos Estados Unidos e se dedicar à carreira de treinador. Hoje, já atua com jovens talentos e com a dupla formada entre Larissa e Lili.
Por fim, Edwarda deixou bem claro quais seus objetivos como atleta. “O mais legal do esporte paralímpico é que o atleta tem que superar sua deficiência e suas limitações. Estamos em busca de quebrar esse roteiro de que não somo coitadinhos, somos atletas profissionais em busca de uma medalha e bons resultados. Esse é o meu objetivo”, reforçou Edwarda.
Inspirado, Ricardo brincou que depois da conversa pretende estender a carreira por mais três anos.
Esta foi a terceira live conjunta entre as duas entidades que regem o esporte olímpico e paralímpico no país. Atletas do atletismo e tênis de mesa já participaram desta parceria.