Com delegação de 60 atletas, Brasil chega forte para o Mundial de Desportos Aquáticos
Maratonas aquáticas e natação são as principais apostas de pódio do país na Coreia do Sul. Competição tem 4.500 inscritos de 190 países e será disputada em Gwangju, de 12 a 28 de julho

Entre os dias 12 e 28 de julho, a cidade de Gwangju, na Coreia do Sul, recebe a
18ª edição do Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos. Para os cerca de 4.500
atletas e integrantes das comissões técnicas de mais de 190 países inscritos, o
torneio é o principal termômetro para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 em
modalidades como natação, maratonas aquáticas, saltos ornamentais, polo
aquático e nado artístico.
Uma das principais apostas do time brasileiro, mais uma vez, é a baiana Ana
Marcela Cunha, das maratonas aquáticas. Aos 27 anos, a nadadora é, depois de
Cesar Cielo, a principal atleta do país na história da competição. Em número
absolutos, Ana Marcela supera até mesmo o campeão olímpico, que tem no currículo
seis ouros e uma prata em Mundiais.
Dona de nove medalhas – três de ouro, duas de prata e quatro de bronze –, Ana
Marcela não esconde que desembarca na Coreia com foco em ampliar sua coleção.
No último Mundial, em 2017, em Budapeste, a nadadora, treinada por Fernando
Possenti, foi ouro na prova dos 25km e ficou com o bronze nos 10km, a prova
olímpica, e nos 5km.
“Todo o planejamento desta temporada foi traçado com foco para o Mundial e está
sendo executado 200%. Conseguimos alcançar tudo o que foi planejado, que era
subir no pódio em todas as etapas do Circuito Mundial. Conseguimos o ouro
em Doha (Catar), Setúbal (Portugal) e Balatonfüred (Hungria) e a prata em
Seychelles. Certamente, isso dá confiança e mostra que estamos no caminho
certo”, detalha Ana Marcela, que elegeu a prova dos 10km como principal
objetivo. “É preciso manter o foco para garantir uma das dez vagas na
seletiva olímpica e é claro que nossa meta continua sendo o pódio. Sem dúvida,
a prioridade é a prova dos 10km, que é a seletiva olímpica. As seguintes (5km e
25km, nessa ordem) serão encaradas no momento adequado, passo a passo”.
Melhor tempo do mundo
Quem também está animado é nadador Bruno Fratus, 30 anos e também
beneficiado pela Bolsa Pódio. Depois de conquistar sua primeira medalha no
Mundial em Kazan, na Rússia, em 2015, quando foi bronze nos 50m livre, ele
chegou à prata na mesma prova no Mundial de 2017, em Budapeste, quando também
foi prata no revezamento 4 x 100m livre, ao lado de Gabriel Santos, Marcelo
Chierighini e Cesar Cielo.
O nadador detém o melhor tempo do ano nos 50m livre e competirá em Gwangju
animado não apenas com o bom momento pessoal, mas com a força do time nacional.
“A expectativa é a melhor. Essa geração que está compondo a Seleção é a melhor
da história”, afirma. “Acho que a gente nunca teve um time tão sólido, com
tantos talentos e com tanto potencial de resultados. Isso é muito bom e
encorajador para todo mundo, inclusive para mim, que estou aí há mais de dez
anos na Seleção”.
Outro fator que anima Fratus é que, antes de chegar a Gwangju, ele poderá
experimentar as instalações do Brasil na cidade de japonesa de Sagamihara, uma
das bases do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para os Jogos de Tóquio 2020. “A
preparação e a aclimatação vão ser feitas em Sagamihara, que é a estrutura que
vai nos dar suporte ano que vem, antes dos Jogos Olímpicos. Estou animado para
testar essa base. O Comitê Olímpico tem feito um trabalho excepcional, com toda
a logística e o cuidado de se certificar que a gente vai ter a melhor
alimentação possível, de que a gente vai estar confortável e com uma estrutura
top para treinar antes da competição. Com todo esse trabalho que vem sendo
feito, não tem nem como a gente ter a melhor expectativa possível”.
“Estamos indo para brigar por vagas olímpicas e tentando sempre
ir melhor do que no Mundial passado ou nos mundiais
passados”, reforça o campeão mundial Ricardo Prado, diretor-executivo da
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
Incentivos e 37 pódios
O Mundial de Desportos Aquáticos foi disputado pela primeira vez em 1973,
na cidade de Belgrado, antiga Iugoslávia, hoje capital e maior cidade da
Sérvia. A primeira medalha conquistada pelo Brasil na competição veio com
Rômulo Arantes, em 1978, quando o nadador, falecido em um acidente de ultraleve
em 2000, faturou o bronze nos 100m costas, em Berlim. Quatro anos depois, o
país chegou ao primeiro ouro, com Ricardo Prado, nos 400m medley, em Guayaquil,
em 1982.
Fonte: rededoesporte.gov.br