Campeão da Copa do Mundo e vice do Mundial, Hugo Calderano supera tristeza de Paris e se coloca na elite do esporte
Em ano vencedor, brasileiro mira o futuro no circuito de tênis de mesa no restante da temporada

Hugo Calderano - Foto: Alexandre Loureiro/COB
Após a decisão da medalha de bronze do torneio individual do tênis de mesa de Paris 2024, quando foi derrotado pelo prodígio francês Felix Lebrun e terminou a competição sem medalha depois de emplacar o melhor resultado da carreira em Jogos Olímpicos, Hugo Calderano foi claro. "Eu vou ficar decepcionado por dias, semanas, meses, mas vou voltar e tentar de novo. Tenho muito tempo pela frente ainda, estou evoluindo", prometeu.
E cumpriu. De volta ao circuito, o brasileiro tem sido um dos grandes nomes do esporte em 2025. Em abril, gravou seu nome na história do tênis de mesa mundial. Calderano conquistou o título da Copa do Mundo ITTF de Tênis de Mesa 2025 e se tornou o primeiro jogador das Américas a vencer a competição, que este ano foi disputada em Macau, na China.
Para garantir o feito, Calderano derrotou os três melhores do ranking mundial. Lin Shidong, número 1 do mundo, na final; Wang Chuqin na semi e o japonês Harimoto Tomokazu nas quartas. Uma campanha avassaladora. “Acho que o jogo mais difícil foi o jogo da semifinal, né? Que foi um 4 a 3, ali, com uns altos e baixos. E foi o jogo mais emocionante também, da classificação para o final”, relembrou. A partida ficou na memória especialmente pelo que julgou ser o ponto mais bonito do Mundial. “No último set, quando estava 4 a 3. E foi um ponto que a galera gostou bastante”, recorda.
No mês seguinte, Calderano seguiu fazendo história ao chegar à final do Mundial de Tênis de Mesa, em Doha, Qatar. Outra campanha inédita de um mesatenista das Américas – até então, apenas jogadores asiáticos e europeus alcançaram a final. Na ocasião brasileiro foi superado pelo chinês Wang Chuqin, o mesmo a quem havia derrotado na semifinal da Copa do Mundo para Calderano, numa partida em que o brasileiro pagou o preço do cansaço pelas disputas em tão pouco tempo.
Mas nada que tire o brilho de um ano tão vencedor. Depois destas duas grandes competições, dois grandes eventos, chegou o momento de uma parada. “Uma semaninha no Rio pra comemorar com a minha família, com as pessoas próximas e depois voltar pro meu circuito”, conta. É isso mesmo. Ainda que o ano já seja extremamente vitorioso, a programação de Hugo Calderano é de uma pausa e nada mais. “O circuito continua, tem muitas grandes competições. Claro que as principais foram a Copa do Mundo, o Campeonato Mundial, mas ainda tem várias etapas do Grand Smash. E tem agora inclusive a final da BundesLiga, da Alemanha. Acho que é importante aproveitarmos todo o esforço que foi compensado agora com esse resultado”, acredita.
É como funciona a cabeça de um atleta de alto rendimento que treina para desafiar seus limites atrás de melhores resultados, o que o levou ao estágio atual de ser uma pedra no sapato dos chineses, que dominam o esporte – algo impensável anos atrás. “Desde o início da minha carreira, eu sempre falo que um dos meus objetivos é fazer frente, ganhar dos chineses nas grandes competições e eu acho que sempre fui um cara que conseguiu evoluir a cada ano, sempre consegui atingir um nível cada vez mais alto. Era muito feliz por conseguir chegar cada vez mais perto. Agora, consegui realmente jogar de igual para igual. Isso é muito gratificante e espero que outros atletas também sigam este caminho tenham sempre objetivos a seguir”, torce.