Erlon Souza volta ao Time Brasil depois de sete meses sem remar com um objetivo: “me sentir bem para ir além”
Baiano se recupera de cirurgia no quadril e conquista bronze no C2 500m ao lado de Filipe Vieira Santana em Assunção 2022; Canoagem velocidade conquista mais duas medalhas nesta quarta, 12

Foram sete meses sem fazer o que mais gosta: remar. Mas o medalhista
olímpico Erlon Souza finalmente voltou a competir e, nesta quarta, 12,
conquistou sua primeira medalha pelo Time Brasil desde que se recuperou da
cirurgia no quadril. Foram apenas três competições antes do bronze no C2 500m nos
Jogos Sul-americanos Assunção 2022, ao lado de Filipe Vieira. Mesmo voltando do
período de férias e o resultado não sendo o esperado, Erlon ficou satisfeito em
fazer parte dessa Missão.
“Para mim está sendo excepcional estar nesse campeonato justamente porque vejo
que todo processo que passei de cirurgia e tratamento deu muito certo. Hoje eu
tenho certeza que estou 100% para treinar novamente, estar no cenário
competitivo, buscando o topo e dando meu melhor sempre”, contou.
“Eu dedico essa medalha para todos que torceram pelo meu retorno e,
principalmente, aqueles que acompanharam de perto e me apoiaram. Agradeço muito
ao COB, ao meu clube Athletico Paulistano, à Marinha do Brasil, à CBCa, toda minha
equipe e, especialmente, à minha esposa que cuidou de mim 24 horas”.
O drama enfrentado por Erlon começou ainda no primeiro trimestre de 2020, com
uma forte dor no quadril que irradiava para a parte posterior da coxa e na
lombar, que chegavam a impedir o baiano de levantar da cama. Durante seis
meses, o atleta conseguiu competir bem devido a infiltrações no local, mas com
o adiamento de Tóquio 2020 não houve mais como “tapar o sol com a peneira”,
como ele mesmo diz. No dia 14 de setembro de 2021, Erlon passou por cirurgia para
colocar uma prótese completa de quadril. A volta aos treinos foi em abril de
2020 e o retorno às competições quatro meses depois.
“Eu tive que me moldar novamente para me adequar aos treinamentos que a gente,
sempre com o objetivo de continuar andando no caminho das medalhas. A
expectativa para este ciclo é a mesma. Temos o pré-olímpico no ano que vem e, da
forma como as coisas estão indo, estarei preparado para buscar essa vaga”,
analisou.
Os Jogos Sul-americanos deram uma prova do que estar por vir, mas a confiança
de Erlon está em alta, principalmente porque ele sabe o que tem que fazer para
garantir a vaga em Paris 2024: se dedicar ao máximo em cada treino. Nada muito
diferente do que ele já está acostumado a fazer.
“Aqui eu vi o quanto é importante uma preparação. Foi um campeonato duro,
cansamos um pouco mais que o normal, mas deu certo no final e saímos com essa
medalha para nós e para o Time Brasil”, analisou.
“O Erlon de hoje é o mesmo de antigamente. Sigo batalhando pra trazer os
melhores resultados possíveis. Me sinto preparado novamente para me dedicar dia
após dia nos treinamentos, para voltar a ser medalhista. É o que eu busco daqui
pra frente: me sentir bem a cada dia para que eu possa ir mais além”, concluiu.
Canoagem velocidade fatura outras duas medalhas
Ana Paula Vergutz
teve o melhor resultado para o Brasil na conquista de uma medalha de prata no
K1 500m. “O resultado seria melhor se fosse ouro, mas tenho que comemorar muito
essa medalha, agora é treinar bastante para os próximos desafios. Amanhã tem
mais uma prova pelo K1 200m, eu dedico essa medalha para o meu marido, minha
família, meus pais, e é para eles com certeza que essa medalha irá”.
Vagner Souta e Edinho Silva no K2 500m foram bronze. Souta faturou a segunda
medalha no campeonato e Edinho tem a chance de subir no pódio novamente no K1 200m,
que será disputado nesta quinta, 13.
“Tem que ficar feliz com o resultado, subir no pódio e voltar para o Brasil com
medalha. Gostaria de agradecer a todos que torceram pela gente e mandaram essa
energia boa”, comentou Edinho.