Ana Marcela Cunha segue tratamento no CT do COB e deve voltar a treinar na água em 10 semanas
Campeã olímpica e mundial, nadadora passou por cirurgia no ombro esquerdo e diz: “Vamos respeitar a recuperação e todo o processo para que eu retorne ainda melhor”.

A nadadora Ana Marcela Cunha, que recentemente passou por cirurgia no ombro esquerdo, segue em recuperação no Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro. Acompanhada por uma equipe multidisciplinar, a medalhista de ouro na maratona aquática nos Jogos de Tóquio e hexacampeã do circuito mundial inicia a terceira semana de fisioterapia para continuar o tratamento pós-operatório e voltar a nadar sem dor.
“Estou fazendo toda a minha recuperação no CT com uma equipe bem alinhada e é assim que vou continuar até o final da minha fisioterapia: com os melhores profissionais, no melhor lugar possível. Não teria como ser de outra forma”, disse a campeã olímpica.
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Ana Marcela havia lesionado o tendão subescapular e o supraespinhal em maio deste ano, durante a primeira etapa do circuito em Setúbal, em Portugal. Ela e toda sua equipe optaram em não falar sobre o problema para que isso não afetasse o desempenho da nadadora, que foi operada em São Paulo no dia 20 de novembro, pelo médico indicado pelo COB, Breno Schor, o mesmo especialista em ombro que operou o atleta Bruno Fratus.
“Depois dos exames feitos e o laudo final alinhamos tudo com a equipe médica, fisioterapeutas, psicóloga e meu treinador para que eu pudesse seguir até o final do ano com o mínimo de dor possível, que não me limitasse. Escolhi não falar muito, porque eu não queria que isso fosse uma desculpa, caso não conquistasse algum resultado”, afirmou a nadadora, que disse ainda:
“Junto com minha equipe fizemos um belo trabalho para continuar na melhor performance, seguir nas provas importantes e mantermos os bons resultados, sem que prejudicasse minha saúde. Tive duas provas bem difíceis que foram os 25km no Mundial e os 10km no Sul-americano. Em ambas fui até meu limite, senti bastante dor, mas não passamos do que era possível e do que dava. Isso foi muito importante também”.
O médico do COB que acompanha Ana Marcela, Rodrigo Sasson, lembra que a operação foi um sucesso e o tratamento segue conforme o planejado. Ele reforça que a definição da cirurgia foi devido a uma dor crônica do tendão que estava inflamado e que já vinha incomodando a Ana há um tempo.
“O tendão subescapular foi reinserido e corrigimos a lesão do supraespinhal. A cirurgia foi feita via artroscopica, procedimento cirúrgico minimamente invasivo por vídeo, que não precisou abrir, o que gera menos impacto e menos agressão biológica, melhora a cicatrização e tem menos risco de infecção. Por ser uma lesão na qual era possível ser tratada de forma conservadora, então a Ana conseguiu performar e conquistar os resultados mesmo com esse problema. Mas ela vinha mantendo um quadro de dor e, no final da temporada, optamos pela cirurgia. Foi a melhor decisão, porque a saúde dela vem em primeiro lugar”, pontuou o médico.
Ainda segundo o médico Rodrigo Sasson, o tempo de retorno aos treinos depende de vários fatores clínicos, mas, em média, são três meses até voltar a treinar na água normalmente e seis meses para competir, contando a partir da cirurgia.
“Ela vai voltar ainda melhor, porque vai nadar sem dor e o tendão vai ficar mais forte do que estava, já que agora está sem lesão, então ela vai ter mais força. O foco do tratamento é multidisciplinar do COB, é o que a gente tem de melhor com fisioterapeutas, preparação física, massoterapeutas, médicos, treinador, além de toda nossa tecnologia. A Ana vai usufruir de tudo isso até estar 100% outra vez, porque o foco é competir sem lesão, sem dor e nadar de forma saudável”, completou.
Em 2023 Ana Marcela, que este ano subiu ao pódio onze vezes, em onze provas disputadas, terá duas importantes competições: o Mundial da Fina, que será realizado em julho, no Japão, e dará vagas nos Jogos de Paris 2024; e o Pan-americano de Santiago, em outubro, no Chile.
“As duas competições são do meio para o final do ano, então já vamos estar de volta, treinando bem e conseguindo fazer tudo. Mas também estamos com muita cautela, porque é um momento que é necessário passar com tranquilidade. Estamos seguindo todos os protocolos e vamos respeitar todos os períodos, além de tudo o que temos que realizar. É muito importante essa parte da fisioterapia e continuamos fazendo de tudo para que eu não volte a treinar com dor. Sabemos que está indo tudo bem, mas não vamos adiantar o processo”, concluiu Ana Marcela.