Performance no Mundial de Tiro com Arco anima Bianca Rodrigues para LA
Dona de uma medalha de prata no hipismo dos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing, em 2014, ela agora compete na modalidade do marido, Marcos D’Almeida

Handout/World Archery Federation via Getty Images
Em 2014, era compreensível imaginar uma carreira olímpica para Bianca Rodrigues. Nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing, ela era uma promissora amazona e saiu de lá com a prata nos saltos por equipes mistas (com atletas de diferentes países). A trajetória brasileira no hipismo parecia ter um novo caminho.
Em Nanjing ela também conheceu um jovem com muito talento no tiro com arco, Marcus D’Almeida, com quem acabou se casando. E dali em diante o mundo de Bianca deu várias. Ela abandonou as competições equestres, se formou veterinária. E no último dia 9 de setembro ela terminou em 9º no arco recurvo do Mundial de Tiro com Arco Gwangju, na Coreia do Sul - categoria que vai entrar no programa olímpico em Los Angeles 2028 com as duplas mistas.
“É o meu primeiro Mundial de Tiro com Arco, minha primeira participação em Mundial. O nível é bastante alto, todo mundo que está aqui vem de um ciclo com competições internacionais, então isso com certeza aumenta muito meu nível da competição”, conta Bianca.
Isso mesmo, Bianca agora se destaca mundialmente em outro esporte. Nada mal para quem começou a competir numa nova modalidade apenas em 2023. De lá para cá ela acumula os títulos brasileiros em duplas mistas (2023, 2024 e 2025), o terceiro lugar no Brasileiro 2024 (composto individual) e a prata no Sul-Americano de 2025 por equipes e duplas mistas.
No fim das contas, a veia de esportista pulsou mais forte, mesmo com tantas mudanças na vida. “Eu vim de outra modalidade. Nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014 eu conheci o Marcos e consegui uma medalha bem importante para minha carreira no hipismo. Parei de saltar por questões pessoais. Eu era bem jovem e a vida tomou outros rumos. Mas estou feliz de hoje voltar a ser competitiva em outro esporte, porque ser atleta é o que eu sei fazer, é o que eu amo fazer”, conta.
Essa história começou durante a pandemia, quando o isolamento levou o casal a fazenda da família de Bianca, em São Roque (SP). “O tiro com arco entrou por uma vontade minha de voltar a ser atleta de alto nível. Então foi meio que útil, agradável, né? O Marcos é atleta de tiro com arco. Parecia uma forma mais fácil de eu retornar competitivamente, estava mais acessível, eu já estava dentro do meio. Por isso escolhi o tiro com arco”, explica.
Casada com um dos grandes nomes da modalidade no momento, Bianca se vale da proximidade para acelerar etapas em seu desenvolvimento técnico. “O Marcos é meu parceiro de vida e a gente tem uma dinâmica de técnico e marido e funciona muito bem. Quando ele precisa ser meu técnico, ele fala da minha técnica e me ajuda em momentos críticos. Mas quando é para ser meu marido, ele é meu marido. Isso ajuda bastante”, comenta.
Novamente atleta de alto rendimento, Bianca já planeja todo o ciclo. “Vamos focar na dupla mista, que é o que vai importar, é a modalidade olímpica. Ano que vem a faremos um planejamento para competições internacionais visando o ranking do Brasil na dupla mista, visando boas performances em dupla mista, porque é isso que vai contar para a gente estar em 2028 em Los Angeles representando bem o Brasil”, comenta a antiga amazona, agora arqueira, mas sempre atleta.