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Comitê Olímpico do Brasil completa um ano de transformações

Governança, reforma do estatuto, representatividade dos atletas, fim da suspensão do COI, redução de contratos e custos são alguns destaques da nova gestão

Por Comitê Olímpico do Brasil

11 de out, 2018 às 13:13 | 6 min de leitura

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“Quero dar segurança a todos de que as coisas serão corretas. É a única possibilidade que tenho. É na governança, na confiabilidade e no respeito que farei meu trabalho”. Com essas palavras, Paulo Wanderley Teixeira assumiu a Presidência do Comitê Olímpico do Brasil no dia 11 de outubro de 2017, quando a entidade se encontrava suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional. Passado um ano de muitas transformações no esporte brasileiro, o modelo de gestão do COB é reconhecido pelo COI e uma referência para o Movimento Olímpico. 

Neste curto período, o estatuto foi reformado, garantindo maior representatividade dos atletas nas decisões da entidade e tornando o processo eleitoral para presidente e vice-presidente mais acessível. Outra inovação foi a criação dos Conselhos de Administração e de Ética, além da abertura de um Canal de Ouvidoria e a contratação de um Líder de Conformidade, seguindo prática adotada por algumas das principais empresas do Mundo, entre outras ações. Durante esse período, o COB fez um grande movimento de redução de contratos e adequação do orçamento e dos gastos com a nova realidade do esporte brasileiro. 

“Os últimos 12 meses foram de profunda transformação para o Comitê Olímpico do Brasil. Estamos muito felizes com os resultados até aqui, mas vamos continuar aprimorando a gestão com o objetivo de atender cada vez mais às necessidades de preparação dos atletas brasileiros. O objetivo final é sempre o atleta” afirma Paulo Wanderley.

Há um ano, o COB estava suspenso pelo Comitê Olímpico Internacional, que deixou claro que a entidade teria que retomar a credibilidade perdida após os Jogos Olímpicos Rio 2016 para voltar a receber seus recursos.

Em apenas 42 dias de nova gestão, o COB apresentou um novo estatuto, profundamente alterado. Com ele, os atletas garantiram maior presença na Assembleia, passando de um para 12 votos, representando 1/3 do colégio eleitoral. A eleição para presidente e vice-presidente se tornou mais acessível, abrangente e inclusiva. Hoje, o brasileiro maior de 18 anos, que esteja em conformidade com as regras de candidatura, pode pleitear a Presidência do COB. Antes, somente membros da Assembleia podiam se candidatar, e ainda assim se tivessem, no mínimo, dez apoios. Outra inovação no estatuto foi o Conselho de Administração e o Conselho de Ética. Além disso, ficou estipulado que a cada dois anos o estatuto sofrerá atualização, podendo incorporar novos avanços.

“A aprovação do novo estatuto, em tão pouco tempo, foi resultado da nova política da entidade, a partir do diálogo e do trabalho que envolveu as Confederações e entidades organizadas dos atletas. Este foi um avanço histórico, e cuja experiência eu estimulo que seja multiplicada por todo o esporte brasileiro”, disse Paulo Wanderley.

As mudanças não pararam na aprovação do novo estatuto. Já em novembro de 2017, o COB assina o termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério do Esporte, ratificando o compromisso com a transparência. Enquanto isso, a entidade seguiu fazendo ajustes em seu orçamento e quadro de funcionários. Em abril de 2018, contrata o campeão olímpico no judô em Barcelona 1992, Rogério Sampaio, para o cargo de diretor-geral. De acordo com o novo sistema de governança, a indicação teve que passar pela aprovação do Conselho de Administração.

Em maio de 2018, a entidade abre um Canal de Ouvidoria para receber denúncias e reclamações diretas da sociedade. Em agosto, contrata um Líder de Conformidade (Compliance Officer), responsável por gerenciar o canal.

Em agosto passado, a entidade firmou parceria com a ONU Mulheres para elaboração da Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e Abuso Sexual, que será implementada ainda em 2018. O Programa GET (Gestão, Ética e Transparência) foi ampliado e valorizado na atual gestão e dará benefícios às entidades que seguirem as premissas de Governança. O GET é uma iniciativa para auxiliar no aprimoramento da gestão das confederações brasileiras olímpicas.

Pouco antes disso, com menos de seis meses da nova presidência de Paulo Wanderley, o esporte brasileiro começa a receber boas notícias. Em fevereiro de 2018, após elogiar as medidas adotadas em prol de uma nova governança da entidade, o Comitê Olímpico Internacional encerra a suspensão imposta em novembro. Em junho, o Governo Federal emite um certificado do cumprimento de todo o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assim como das exigências do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Do ponto de vista financeiro, continuamos avançando. Reduzimos os contratos e adequamos o orçamento à nova realidade do esporte brasileiro. Em um ano, conseguimos reduzir em 30% a folha de pagamentos (salários e encargos) e também em 30% o valor dos contratos firmados pela entidade”, afirma Paulo Wanderley.

O próximo objetivo é a mudança de sede administrativa do COB para o Parque Aquático Maria Lenk, onde fica a sede esportiva, o que ocorrerá até o final de 2020. A mudança, aprovada pelo Conselho de Administração, irá gerar uma economia de cerca de 38% com as estruturas da entidade.

“O esporte olímpico do Brasil passa por um período de grandes avanços. Assim como em diversos setores da sociedade, o esporte acompanha a necessidade de modernizar sua gestão e as relações entre seus diversos agentes. Por isso, desde que assumi a Presidência, em 11 de outubro de 2017, nos baseamos em três pilares para nortear a nova gestão da entidade: Austeridade, Transparência e Meritocracia”, disse Paulo Wanderley.

Nesse sentido, o COB está nesse momento realizando uma série de testes nas oito bases de treinamento no Japão para que os atletas brasileiros utilizem os locais antes e durante os Jogos Olímpicos. Pela distância, fuso-horário, diferenças culturais, alimentares, entre outras questões, o período de aclimatação será fundamental para a boa participação da delegação brasileira no evento. As seleções de judô, handebol, vela e vôlei feminino já passaram pelas bases do Time Brasil no Japão. 

“Estamos testando as instalações, os deslocamentos e os prestadores de serviço desde quando faltavam mais de dois anos para os Jogos para que toda a operação esteja definida quando os atletas chegarem para a aclimatação. Está tudo funcionando bem e faremos os ajustes necessários até lá”, disse Paulo Wanderley. “As perspectivas são positivas. Seguimos trabalhando para oferecer ao máximo ao atleta brasileiro. Nosso desafio é oferecer melhores condições sempre, para possibilitar que o atleta só tenha a preocupação de descansar, treinar e competir bem”, afirmou o presidente.

Antes do COB - Potiguar de Caicó (RN), mas criado no Espírito Santo, Paulo Wanderley Teixeira, 68 anos, é graduado em Educação Física e começou a sua relação com o esporte olímpico aos cinco anos, quando se mudou para Vitória (ES) e teve contato pela primeira vez com o judô. Foi técnico da seleção brasileira da modalidade de 1979 até 1993. Nesse período atuou como treinador da Seleção de Judô nos Jogos Pan-americanos de Havana 1991 e nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992 e em campeonatos continentais e mundiais. Em 2001, foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Judô, cargo que ocupou até 2016, quando foi eleito vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil.

Sua gestão à frente da CBJ reaproximou a entidade com atletas e treinadores, desenvolveu a estrutura da modalidade no país, organizou grandes eventos internacionais no país – como os Mundiais Adultos de 2007 e 2013 no Rio de Janeiro e o Mundial por Equipes de 2012 em Salvador – e trouxe doze medalhas olímpicas para a modalidade, incluindo a primeira do judô feminino com o bronze de Ketleyn Quadros em Pequim 2008, o ouro histórico de Sarah Menezes em Londres 2012 e mais um ouro com Rafaela Silva na Rio 2016.

Paulo Wanderley também foi presidente da Federação Espiritosantense de Judô, da Confederação Sul-americana de Judô, da Confederação Pan-americana de Judô e vice-presidente da Federação Internacional de Judô. E ainda ocupa o cargo de Consultor de Honra da Academia Brasileira de Treinadores (ABT).

+ Confira o infográfico: COB - 1 ano de transformação

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